Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Luciano Ferreira Cavalcante trabalhou no escritório do ex-senador Benedito de Lira, pai do presidente da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rompeu o silêncio e se manifestou sobre a prisão de Luciano Ferreira Cavalcante, seu ex-assessor. Nesta quinta-feira, 1º, a Polícia Federal(PF) deflagrou uma operação para desarticular um grupo suspeito de praticar fraudes em licitações de kits de robótica com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação(FNDE).
“Não tenho absolutamente nada a ver com o que está acontecendo”, afirmou Lira, em entrevista à GloboNews. “Não me sinto atingido.”
Cavalcante é assessor nomeado na Câmara dos Deputados para a liderança do PP na Casa. Antes, foi servidor comissionado do escritório de apoio do ex-senador Benedito de Lira (PP-AL), pai do presidente da Câmara.
O congressista disse que “não pode” comentar o caso sem ter acesso aos autos. Além disso, Lira afirmou que essa história é um processo antigo, atualmente em tramitação no Tribunal de Contas União (TCU). As supostas fraudes ocorreram entre 2019 e 2022.
“Não posso emitir nenhum juízo de valor”, declarou. “O que posso dizer é que tenho a postura em defesa das emendas parlamentares, que levam benefícios para todo o Brasil e para toda a população.”
Operação da PF mirou aliados de Lira
A PF investiga fraudes que podem ter gerado prejuízo superior a R$ 8 milhões. São cumpridos 26 mandados de busca e dois de prisão temporária, expedidos pela Justiça Federal de Alagoas.
Mais de cem policiais federais e 13 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) cumpriram os mandados de busca e apreensão. Foram 16 em Maceió (AL), oito em Brasília (DF), um em Gravatá (PE), um em São Carlos (SP) e um em Goiânia (GO). Há ainda dois mandados de prisão temporária na capital federal, todos expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.
O caso
Parte dos kits foi contratada com recursos das emendas de relator. A empresa fornecedora é a Megalic, que funcionava em uma casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, com capital social de R$ 1 milhão. A companhia é apenas uma intermediária, embora tenha fechado contratos de pelo menos R$ 24 milhões.
A Megalic está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), próximo a Lira, informou a Folha de S.Paulo.
Além da empresa e de Edmundo Catundo, são alvos da PF outros aliados de Lira em Alagoas.
Revista Oeste