Foto: Tania Rego/Agência Brasil
Polícia Civil prende 17 suspeitos e apreende armas e drogas em bunker de uma ONG
A Polícia Civil descobriu um bunkerdo tráfico na favela Parada de Lucas, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, construído na sede da organização não governamental (ONG) Multiplicação Social. A operação policial ocorreu no último dia 19, informou o jornal Gazeta do Povo.
Durante a operação, 17 pessoas relacionadas ao tráfico foram presas e 17 fuzis, além de uma arma calibre 50, munição, granadas e drogas, foram apreendidos.
O valor estimado do armamento apreendido é de R$ 1 milhão, conforme a Polícia Civil. O bunkerpossuía uma porta automática acionada por controle remoto e dois cômodos para a permanência prolongada dos criminosos.
De acordo com os agentes envolvidos na operação, os responsáveis pela ONG possuem vínculos com o tráfico local, o que levanta suspeitas sobre a relação de algumas entidades fluminenses com o crime organizado.
O delegado Marcos Amim, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), ressaltou dois pontos cruciais: a operação dissipou quaisquer dúvidas sobre a conexão direta entre algumas ONGs e o narcotráfico. A ONG em questão utilizava atividades típicas de organizações não governamentais para encobrir sua verdadeira natureza de esconder armamentos e auxiliar criminosos procurados pela Justiça.
Restrições
O delegado também destacou a importância das operações policiais no combate ao avanço do crime organizado no Estado. Desde 2020, um conjunto de ONGs lidera uma campanha no Supremo Tribunal Federal (STF), em parceria com partidos como PSB, PT e Psol, para impor várias restrições à presença policial nas comunidades do Rio de Janeiro.
Essas investidas têm obtido sucesso, com ministros do STF apoiando as demandas dessas entidades. Dentre as diversas determinações impostas pelo tribunal, destaca-se a proibição de operações nas comunidades, exceto em situações “absolutamente excepcionais”, durante a pandemia, comunicação prévia ao Ministério Público antes de cada incursão, vedação ao uso de helicópteros nas operações, entre outras.
Com a redução da presença policial nas comunidades, as lideranças do narcotráfico no Estado têm encontrado maior facilidade para fortalecer e expandir suas posições.
Os criminosos erguem barricadas para proteger seus territórios contra intervenções policiais, aumentam seus arsenais de guerra e até mesmo recebem traficantes de outros Estados, que veem as favelas do Rio de Janeiro como locais mais seguros do que suas regiões de origem.
Revista Oeste