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Fratura do pênis é uma emergência urológica incomum, que requer tratamento cirúrgico imediato
A forma mais comum de fratura peniana envolve a curvatura anormal do membro ereto durante uma relação sexual. O caso, que já foi abordado em Grey’s Anatomy, popular série médica conhecida por ilustrar quadros clínicos fora do comum, é real, apesar de raro.
Um estudo, divulgado no periódico científico International Journal of Surgery Case Reports, relata um episódio de fratura peniana ainda mais incomum que atingiu três pontos do órgão: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso, com lesão uretral associada.
O reparo cirúrgico imediato é o tratamento considerado padrão-ouro para fratura peniana. Se não for bem tratado, o problema pode levar a uma série de complicações, desde a cicatriz peniana à disfunção erétil.
Como ocorreu a fratura
A fratura do pênis é uma emergência urológica incomum, definida como ruptura da cartilagem peniana devido a trauma contuso no órgão ereto. A cartilagem peniana, também chamada de túnica albugínea, uma estrutura resistente, formada por duas lâminas, que recobre os dois corpos cavernosos e o corpo esponjoso.
Com um pênis flácido, a estrutura é mais espessa, mas diminui em 87,5% quando ele fica ereto. Nesse contexto, um aumento súbito da pressão, como um “escorregão” durante uma relação sexual mais intensa, pode resultar em ruptura do pênis ereto.
O caso apresentado é de um homem, de 36 anos, da Tanzânia, que deu entrada em um centro de saúde público e hospital de ensino, relatando queixas como inchaço, dor e sangue na uretra por cinco horas.
De acordo com o estudo, o paciente relatou ter ouvido um som súbito de ‘estalo’ durante a relação sexual com a parceira, quando o pênis escorregou, perdeu o caminho e atingiu a área perineal feminina.
O som foi seguido por rápida perda de ereção, dor, sangue pela uretra e inchaço do pênis. Os sintomas levaram o homem a buscar um centro de saúde próximo, onde recebeu analgésicos e foi encaminhado para o hospital.
O estudo relata que ao dar entrada no hospital, o paciente apresentava dor leve, pênis inchado e um pouco torcido, além de sangue na região da uretra. O diagnóstico inicial de fratura peniana com lesão uretral associada foi então cogitado pela equipe.
A ultrassonografia peniana mostrou um hematoma no corpo do pênis em corpos cavernosos dos dois lados do órgão, mais acentuadamente no lado esquerdo. Exame de ressonância magnética revelou os três locais da fratura.
O paciente foi conduzido para cirurgia de emergência e reparo da fratura peniana e lesão uretral, que foi realizada por um urologista. Segundo o estudo, não havia nenhum outro local de lesão além daqueles observados na ressonância magnética.
A reparação de ambos os corpos cavernosos foi realizada, enquanto a uretra (considerada corpo esponjoso) passou por uma emenda cirúrgica com um tipo de sutura que é absorvida pelo organismo com o passar do tempo.
O homem apresentou boa recuperação e recebeu alta hospitalar no terceiro dia de pós-operatório, de acordo com o estudo. Um cateter uretral, que havia sido implantado, foi removido após 21 dias de pós-operatório.
Seis meses após a operação, ele retornou à clínica, relatando aos médicos ter retomado sua vida sexual sem dificuldades.
“Fratura peniana envolvendo todos os três corpos e lesão uretral associada é uma emergência urológica extremamente rara. Embora o diagnóstico de fratura peniana seja clínico, a ressonância magnética pode ajudar no diagnóstico e delinear a extensão da lesão. O reparo cirúrgico urgente da fratura peniana tripla tem excelente resultado, incluindo a recuperação da função erétil”, afirmaram os pesquisadores no artigo.
CNN Brasil