Alexandre de Moraes, que vai comandar a Corte eleitoral a partir de agosto, tem sido procurado por auxiliares do presidente
Com o aval do presidente Jair Bolsonaro, ministros do governo têm buscado aproximação com integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar um acordo em que a Corte possa atender propostas das Forças Armadas sobre o processo eleitoral. A avaliação no Palácio do Planalto é que uma “solução pacífica” ocorra no próximo mês, com a chegada do ministro Alexandre de Moraes, que assume o TSE no dia 16 de agosto.
Há duas semanas, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, trocou mensagens com Alexandre de Moraes para tratar do tema. Além dele, os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações) e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, também têm buscando o contato. O ministro da Justiça, Anderson Torres, e o da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, são outros que passaram a atuar neste sentido.
Apesar de ser um dos principais alvos de ataques de Bolsonaro, a expectativa dos integrantes do governo é que Moraes tenha mais disposição a dialogar com os militares do que o atual presidente da Corte Eleitoral, ministro Edson Fachin.
Em entrevista ao GLOBO, Faria disse acreditar que Moraes tem interesse em buscar um acordo porque será o presidente do TSE na época da eleição.
— Alexandre ou qualquer um que fosse o presidente. É fácil um presidente agora (Fachin) ser contra porque ele não vai estar na eleição, mas o presidente que vai estar no comando da eleição do TSE sabe que que esse é um tema que ele tem que tirar da frente – disse Faria.