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O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), revelou bastidores do governo Lula, durante o 8 de janeiro. Segundo o militar, por telefone, o presidente ordenou a prisão imediata dos manifestantes que retornaram ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.
“Nunca imaginei falar com o presidente da República naquele momento”, disse Dutra, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF), na quinta-feira 18. Dutra comandava o CMP, na ocasião dos protestos. “O presidente Lula, e eu tenho uma admiração pela inteligência emocional dele, disse que seria uma tragédia e falou para isolar a Praça dos Cristais e prender todo mundo no dia seguinte.”
"Quando nós isolamos a praça, os fanáticos (patriotas) achavam que eram para protegê-los" General Dutra. Indignação, nojo, asco!!! Vergonha!!! @VaniaVoces pic.twitter.com/MSQcz0TAy9
— Luli (@crisdemarchii) May 19, 2023
Na sequência, Dutra diz que, assim como Lula, sentia-se “indignado” com os protestos e “não tinha dúvidas” de que todos ali deveriam ser presos. O militar ainda debocha dos manifestantes. “Isolamos a praça, e aí, acontece um fato interessante: havia, em algumas pessoas, um nível de fanatismo e transe”, observou. “Quando isolamos a praça, as pessoas acharam que estávamos protegendo-as, e foram dormir.”
Segundo Dutra, a conversa com Lula foi intermediada pelo então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Gonçalves Dias. Durante o depoimento, o militar contou que decidiu fazer a ligação após Ricardo Cappelli, nomeado interventor da Segurança Pública no DF, afirmar que haveria a desmobilização do acampamento ainda na noite do dia 8 de janeiro.
Revista Oeste