Foto: Reprodução/Kálmán Czeibert
Uma equipe de cientistas descobriu que o cérebro de cães provavelmente cresceu de maneira “inesperada”, pois, em comparação com os cães antigos, as raças modernas têm crânio maior em relação ao tamanho do corpo. O motivo ainda é desconhecido. O estudo foi publicado na revista Evolution, em 18 de abril.
Depois de analisarem quase 160 raças de cães e alguns lobos, os pesquisadores descobriram que, embora o cérebro de um lobo seja 24% maior do que o de um cachorro com tamanho semelhante, quanto mais uma raça de cachorro difere geneticamente de um lobo, maior é seu cérebro.
A domesticação de animais selvagens, como cães, peixes, porcos, gado, ovelhas, coelhos e gatos, reduz drasticamente o tamanho relativo do cérebro. Os cientistas acreditam que isso é resultado de uma necessidade menor de poder cerebral para sobreviver.
Mesmo que os cães tivessem seu cérebro encolhido devido à domesticação, eles desenvolveram um crescimento cognitivo nos últimos anos. “Diferentes raças de cães vivem em níveis variados de complexidade social e realizam tarefas complexas, que provavelmente requerem uma capacidade cerebral maior”, disse o biólogo evolutivo Niclas Kolm, da Universidade de Estocolmo, na Suécia.
Crescimento do cérebro dos cães ainda é um mistério
O único fator que teria impactado o tamanho do cérebro das raças de cães modernas seria a diferença de seus genes em comparação com os dos lobos, e não a função da raça, o tamanho da ninhada ou a expectativa de vida. Os pesquisadores ainda não encontraram nenhuma diferença no tamanho relativo do cérebro nas raças estabelecidas pelo American Kennel Club.
Estudos anteriores revelam que o tamanho absoluto do cérebro de cães individuais desempenha um papel em sua memória e autocontrole, mas isso não parece ser um fator forte o suficiente para influenciar o tamanho relativo do cérebro de sua raça em geral.
As descobertas são apoiadas por outras pesquisas recentes, que também sugerem que o comportamento para o qual certos cães são criados não é evidente em sua composição genética. “Talvez o ambiente social mais complexo, a urbanização e a adaptação a mais regras e expectativas tenham causado essa mudança, afetando todas as raças modernas”, especula o etólogo Enikő Kubinyi, da Universidade Eötvös Loránd, na Hungria.
Revista Oeste