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Órgão investiga vazamento de água radioativa
A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta quinta-feira, 11, mandado de busca e apreensão na usina nuclear de Angra 1, no litoral do Rio de Janeiro.
O órgão investiga um vazamento de água contaminada, ocorrido em setembro do ano passado, que demorou para ser comunicado às autoridades.
Na ocasião, a Eletronuclear afirmou que “um pequeno volume” do material lesivo, estimado em 90 litros, foi “lançado de forma involuntária no sistema de águas pluviais”, o que caracterizou um “incidente operacional”, sem a necessidade de cumprir o “rito de notificações que seriam obrigatórias em caso de acidente”.
Segundo a estatal, após analisar o episódio, não foi encontrado “nenhum resultado significativo”.
PF abriu dois inquéritos
A PF investiga um possível crime ambiental e também a suposta omissão dos servidores da usina nuclear de Angra que deixaram de avisar imediatamente o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) sobre o lançamento do material radioativo no mar.
Um dos principais objetivos da PF é descobrir se, de fato, a quantidade vazada foi pequena, o que se torna difícil porque já se passaram oito meses desde o registro do evento. A informação é do jornal O Globo. Na operação desta quinta, os investigadores buscam documentos e, eventualmente, imagens de câmeras que tenham captado o vazamento.
O acidente na usina nuclear de Angra
O vazamento interno ocorreu em 16 de setembro do ano passado e chegou ao mar três dias depois.
O Ibama e a CNEN souberam dele em 30 de setembro por meio de uma denúncia. Em um primeiro momento, no final de setembro, a Eletronuclear negou às autoridades que a água contaminada tivesse vazado para o mar. Em 11 de outubro, contudo, a empresa admitiu o vazamento aos órgãos de fiscalização.
A CNEN afirmou que realizou medições nas áreas afetadas, mas nenhuma apontou riscos por causa de radiação elevada.
O problema, de acordo com investigadores, é que, ao demorar 21 dias para comunicar o evento às autoridades fiscalizadoras, a usina nuclear acabou fazendo sozinha as medições iniciais, sem o acompanhamento de órgãos externos e independentes.
O Ibama chegou a multar a Eletronuclear em R$ 2,1 milhões por causa do vazamento em si e à demora para ser avisado sobre o evento, que teria infringido uma das cláusulas da licença ambiental da usina nuclear de Angra.
Revista Oeste