JUAN BARRETO / AFP
Gabriel Boric estava em Punta Arena, sua cidade natal, para participar da votação para eleger 50 membros do conselho que redigirá uma nova proposta de Constituição
O presidente do Chile, Gabriel Boric, arrancou uma série de risadas nas redes sociais após a viralização de um vídeo em que ele aparece preso em um tobogã. O incidente aconteceu no domingo, 7, em Punta Arena, cidade natal do líder chileno. Apesar do tempo em que ficou ‘entalado’ no brinquedo, ele conseguiu se livrar sozinho. A pessoas que realizou a gravação do vídeo, dá risada e tira sarro na situação, questionando a maturidade do presidente chileno. Apesar desse momento de diversão, no cenário político Boric não tem muito o que comemorar. Também no domingo, ele foi derrotado pela extrema-direita, que venceu a eleição para escrever uma nova Constituição no país, que pode substituir a herdada pela ditadura de Augusto Pinochet. O Partido Republicano, favorável à manutenção da atual Constituição do Chile, obteve 35,5% dos votos, e junto com a direita tradicional, eles possuem 30 das 50 cadeiras necessárias para aprovar a mudança. Para serem aprovados, os artigos precisarão de três quintos do conselho. Em setembro de 2022, o projeto, que tinha um viés mais a esquerda, foi rejeitado por ampla maioria. O conselho constituinte, que iniciará as sessões em junho, deve entregar o projeto de Carta Política para ser submetido a um plebiscito de ratificação em 17 de dezembro. Em meio à crescente preocupação com a insegurança, o Chile busca há dois anos substituir a Constituição herdada da ditadura e que recebeu diversas emendas ao longo dos anos, a mais importante delas em 2005. “Voltamos a ter a oportunidade de construir, com diálogo e encontro, uma nova Carta Magna”, disse o presidente Boric em um discurso no palácio de La Moneda após a divulgação dos resultados. Boric pediu aos constituintes eleitos que atuem com “com sabedoria e temperança”. Também pediu que evitem cometer os mesmos erros que provocaram o fracasso da primeira tentativa de mudança constitucional, com uma Assembleia que daquela vez era dominada pela esquerda.