Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres deve prestar novo depoimento à Polícia Federal na tarde desta segunda (8). Dessa vez, ele será ouvido no inquérito que apura a atuação da Polícia Rodoviária Federal nas eleições do ano passado.
Um relatório enviado recentemente pelo Ministério da Justiça à Controladoria-Geral da União aponta que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, entre 28 e 30 de outubro. O número de operações na região, onde Lula era favorito contra Jair Bolsonaro, é muito maior do que nas demais. Segundo o documento, foram 310 fiscalizações no Norte; 571, no Sudeste; 632, no Sul; e 893, no Centro-Oeste.
O oitiva deve ocorrer no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde Torres está preso desde janeiro, por suposta omissão na invasão às sedes dos três Poderes — à época, ele era secretário de Segurança Pública do DF. A ideia inicial da PF era ouvi-lo no dia 24 de abril, porém o depoimento foi adiado para hoje a pedido da defesa de Torres, que alegou piora no estado de saúde dele (leia mais em Crusoé).
Ao determinar a nova data, o relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, argumentou que Torres foi “devidamente avaliado por profissional médico, que atestou que as medicações do preso foram ajustadas”, e que ele “tem tido acompanhamento médico frequente”. O magistrado também assegurou ao ex-ministro “o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo”.
O Antagonista