Foto: Nacho Doce/Agência Brasil
Relatório mostra que o grupo criminoso atua na região desde 2019
Indígenas, pesquisadores e investigadores alegam que a maior facção criminosa do continente, o Primeiro Comando da Capital(PCC), atua como “síndico” do garimpo ilegal em terras ianomâmi, em Roraima. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou a informação nesta sexta-feira, 5.
Os membros do PCC seriam responsáveis pelo fornecimento de insumos e máquinas para a atividade do garimpo, pelo domínio do tráfico de drogas e da prostituição nas pequenas vilas, chamadas de “currutelas”.
“O narcogarimpo vem permitindo a formação de estruturas mais bem equipadas, com armas e abordagens mais violentas aos indígenas”, mostra o relatório “Yanomami Sob Ataque”, da Hutukara Associação Yanomami, da Associação Wanasseduume Ye’kwana e do Instituto Socioambiental (ISA).
PCC está em terras ianomâmi desde 2019
Segundo o relatório, o PCC atua em terras ianomâmi desde 2019. Com os recursos da facção, os garimpeiros estão andando armados com fuzis, não mais com armas de caça.
O principal interesse do PCC em Roraima seria o controle das fronteiras, para transportar drogas e armas. “A atuação na zona de garimpo ocorre mais na ideia de controle do território, operando como braço armado do garimpo ilegal”, diz um relatório do Instituto Clima e Sociedade, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), do Instituto Igarapé e do Centro Soberania e Clima. Conforme o documento, é mais lucrativo para o PCC extorquir, roubar e fazer a “segurança” do garimpo do que fazer a extração do ouro.
A área da terra ianomâmi acumulou 13 mortes apenas nesta semana. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, um dos mortos fazia parte do PCC.
Revista Oeste