Executivos do Itaú e ‘intelectuais’ redigiram documento em prol das urnas eletrônicas e falaram em ‘risco à democracia’
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), disse nesta terça-feira, 26, que os banqueiros que assinaram uma carta em prol das urnas eletrônicas são contra o presidente Jair Bolsonaro, que lançou o Pix durante o seu governo.
“Se o senhor faz alguém perder R$ 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, presidente, não me surpreende que o prejudicado assine um manifestou contra o senhor”, escreveu o ministro, em um post no Twitter.
Nogueira ressalta que os demais signatários da papelada só rubricaram-na “porque estão livres da perseguição”. Com três mil assinaturas, o texto é endossado por ex-ministros do Supremo Tribunal Federal e “intelectuais”.
Adiante, Nogueira exalta Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes. “Graças a vocês, o Brasil passou a ter um Banco Central (BC) independente”, observou. “Antes, o BC podia ser o chicote ou o bombom dos governos para os banqueiros.”
Carta de banqueiros contra Bolsonaro
Em 11 de agosto, um “manifesto a favor da democracia e das urnas eletrônicas” será lido na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na capital paulista. Com três mil assinaturas, a papelada reúne “intelectuais e nomes de peso do mercado empresarial”.
Entre os signatários do documento estão Roberto Setubal e Candido Bracher (Itaú Unibanco), representantes da indústria como Walter Schalka (Suzano) e de empresas de bens de consumo como Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura).
Aderiram também ao manifesto Eduardo Vassimon (Votorantim), Horácio Lafer Piva (Klabin), Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda do governo FHC), o economista José Roberto Mendonça de Barros e o cineasta João Moreira Salles.
Além desses nomes, a carta tem a rubrica de ex-ministros dos ex-ministros do STF Carlos Ayres Britto, Sydney Sanches e Sepúlveda Pertence.