Investigação mostrou que Vinícius Freire levava uma vida de alto padrão em um condomínio de Goiânia, com carros de luxo e joias. Polícia diz que é a maior fábrica ilegal de anabolizantes do país.
O influencer fitness Vinícius Freitas, que se apresenta como Vini Wizard, foi preso suspeito de chefiar uma fábrica ilegal de anabolizantes. De acordo com a Polícia Civil, famosos eram contratados para divulgar produtos da marca, que nos produtos apreendidos leva o nome de “GPharma”.
O g1 não conseguiu contato com a defesa de Vinícius até a última atualização desta reportagem.
A prisão do suspeito aconteceu nesta quarta-feira (26) e, além dele, foram presas 16 pessoas suspeitas de integrar a fábrica ilegal que, para a polícia, é considerada a maior do Brasil. De acordo com o delegado Jorge Bezerra, a fábrica de Vinícius usava o tempero de cozinha “colorau” para dar cor aos esteróides e simular a testosterona sintética.
O perfil do suspeito beira 10 mil e ele se apresenta com as seguinte descrição:
- Coach bodybuilding
- Nutricionista
- Consultorias, Psicologia, Conhecimento
O g1 não conseguiu informações junto aos conselhos de educação física e nutrição para checar se Vinícius havia formação e era credenciado para tais atuações.
Vida de luxo
De acordo com o delegado Jorge Bezerra, o investigado levava uma vida de alto padrão em um condomínio de Goiânia, com carros de luxo, entre eles uma BMW, e joias.
“O aluguel da casa era R$ 19 mil por mês e ele adiantou dois anos de pagamento. No total, são mais de R$ 31 milhões sequestrado nas contas [dos envolvidos], referente a todo o faturamento ilegal no Brasil”, disse o delegado.
GPharma
O g1 entrou em contato com quatro números de telefone disponíveis no site da GPharma. Apenas um deles respondeu e informou que a empresa não tem nenhuma ligação com a fábrica clandestina de anabolizantes. Sobre as fotos que mostram produtos apreendidos com a logomarca da empresa, a marca disse:
“No Brasil, nossos produtos são utilizados por atletas e praticantes de diversos esportes. Entendemos que existe interesse de marcas por trás disso. Mas não temos a ver com essa operação. Temos uma sede farmacêutica no Reuno Unido, as importações podem ocorrer mas é de forma desconhecida”, disse um representante.
A operação
De acordo com o delegado, o chefe do esquema é influente nas redes sociais e também usava seu perfil para vender os produtos. A investigação apontou que ele fazia o uso de anabolizantes, mas não dos produtos que ele mesmo fabricava. “Ou seja, não confia na própria produção e sabe dos riscos”, descreveu a corporação.
O delegado explicou ainda que o grupo produzia duas marcas dos anabolizantes e, no Brasil, tem o perfil mais seguido do ramo, além de patrocinar os maiores influencers brasileiros no segmento. O nome dos influenciadores e das marcas não foram divulgados.
Investigação
Jorge Bezerra explicou que a investigação começou há cerca de um ano, quando a polícia recebeu a informação de que um grupo estava fabricando e revendendo anabolizantes adulterados em Anápolis.
A polícia estima que o grupo tenha cerca de 40 pessoas. No entanto, na primeira fase da operação, chamada de “Operação Bomb”, foram presos os principais integrantes, que ocupavam a liderança, cargos de gerentes, coordenadores de produção e produtores.
Além dos mandados de prisão, a polícia cumpriu 23 de busca e apreensão. Segundo o delegado, a maioria dos mandados foi cumprida em Anápolis. Um deles em Goiânia e outro em Silvânia.
“A investigação continua, precisamos capturar todos os elementos e delimitar essa quadrilha”, finalizou o delegado.
A investigação mostrou ainda que o grupo criminoso criou uma empresa de transportes, em Anápolis, apenas para distribuir os esteróides anabolizantes.
G1