Em 2020 e 2021, celebração deixou de ocorrer devido à pandemia de Covid-19, mas nunca havia sido suspensa por razões econômicas
Há três semanas, Cuba sofre uma crise no abastecimento de combustíveis que afeta aulas, serviços de transporte de passageiros, distribuição de alimentos, coleta de lixo e até uma das principais comemorações do país, o Dia Internacional do Trabalhador, festejado no próximo dia 1º de maio.
Essa celebração vai deixar de acontecer pela primeira vez, por motivos econômicos, desde 1959, quando os revolucionários ganharam a disputa e assumiram o poder. A crise de abastecimento de combustível também forçou o cancelamento das aulas em ao menos cinco universidades do país nesta semana.
Em 2020 e 2021, a celebração foi cancelada por causa da pandemia de covid-19. A festa de 1º de Maio ocorre normalmente na Praça da Revolução, mas fontes sindicais informaram ontem que não será possível celebrar a data em 2023 devido à falta de combustível.
Há duas semanas, o governo tentou explicar a paralisação do país por conta da falta de combustível. O presidente Miguel Díaz-Canel disse que a situação se devia ao “não cumprimento” dos países fornecedores, que também estão passando por uma “situação energética complexa”.
Em vez disso, serão realizados eventos menores em “comunidades, centros de trabalho e estudantis durante vários dias e desfiles nos municípios do país”. O evento principal vai acontecer na emblemática esplanada Malecón, em Havana, para onde serão convocados os moradores do centro da capital que puderem ir a pé.
“A situação dos combustíveis determina a modificação anunciada”, disse Ulises Guilarte, secretário-geral da CTC (Central de Trabalhadores de Cuba), o único sindicato cubano, de acordo com a imprensa oficial.
Segundo Guilarte, serão realizados atos “para denunciar os obstáculos aos programas de desenvolvimento devido ao férreo bloqueio [embargo] econômico” dos EUA a Cuba.
Na semana passada, o governo cubano disse que os problemas de abastecimento de combustível durariam pelo menos até maio e, portanto, daria prioridade aos serviços vitais de transporte.
R7