17/10/2022REUTERS/Agustin Marcarian
Movimento ocorre após variação de preços atingir 104,3% em março, o maior valor desde setembro de 1991
O Banco Central da Argentina (BCRA) confirmou nesta quinta-feira (20) o aumento dos juros básicos em 3 pontos percentuais, conforme havia sido antecipado por veículos da imprensa local.
Com a decisão, a taxa da chamada Letra de Liquidez (Leliq) avança a 81% ao ano, após a inflação no país atingir o maior nível em três décadas. Segundo comunicado, a autoridade monetária também fixou em 81% a taxa mínima para os depósitos de prazo fixo de até 10 milhões de pesos e de 72,5% para o restante.
“O BCRA continua monitorando a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado de câmbios e dos agregados monetários aos efeitos de calibrar sua política de juros”, informou a autoridade monetária.
No mês passado, o BCRA já havia elevado a taxa de juros em 3 pontos percentuais,para 78% ao ano. O aumento dos juros, no entanto, parece não ser o suficiente para domar a variação dos preços no país vizinho.
O índice de preços ao consumidor (IPC) da Argentina acelerou a uma taxa anual de 104,3% em março, no maior valor desde setembro de 1991.
Na comparação com o mês de fevereiro, os preços estavam 7,7% maiores.
O resultado deixa o país na liderança dos maiores índices de inflação entre os membros do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
A situação se agrava ao se olhar para a crise climática que a Argentina, um dos maiores exportadores mundiais de grãos, atravessa. Lidando com uma das piores secas da história, as safras locais podem render quase um quarto a menos de dólares de exportação nesta temporada em relação ao ciclo anterior, de acordo com a bolsa de grãos de Buenos Aires.
O resultado é um encarecimento ainda maior dos preços dos alimentos — e uma perspectiva de perdas de dezenas de bilhões de dólares para a economia.
*Com informações de Estadão Conteúdo