Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS.
Morreu no ínicio da tarde desta sexta-feira (14) em Porto Alegre, a delegada de polícia Andrea Mattos, aos 42 anos. Desde 2019, ela tratava um câncer no intestino. Mais recentemente, o tratamento não apresentava resposta e Andrea identificou metástases.
Natural de Brasília, Andrea era a titular da Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre. No último dia 5 de abril, ela recebeu da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a Medalha do Mérito Farroupilha. A honraria foi concedida à delegada em reconhecimento ao seu trabalho incansável no enfrentamento à lgbtqia+fobia, racismo, intolerância religiosa, fascismo e neonazismo. A homenagem foi uma proposição do deputado estadual Leonel Radde (PT), que lamentou a morte em suas redes sociais:
“Que seu exemplo de vida e seu trabalho nos sirvam de farol para sempre. Sinto demais a tua falta…”
A deputada federal Daiana Santos (PCdoB) também lamentou o falecimento da delegada.
“Uma lutadora dos Direitos Humanos, ela comandava a 1ª Delegacia de Combate a Intolerância de POA, com carinho e braços abertos. Meus sentimentos a família e amigos”, escreveu a deputada em seu Twitter.
O governador do Estado, Eduardo Leite, exaltou o legado de Andrea e prestou condolências para a família em suas redes sociais:
“Recebo com profunda tristeza a notícia da morte, em decorrência de um câncer, da delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Combate à Intolerância (DPCI) de POA, criada no nosso 1º mandato. Andrea deixa um legado de firme defesa aos direitos humanos. Meu abraço à família.”
O advogado e amigo de Andrea, Diego Candido, conta que sua relação com a delegada começou em razão do trabalho logo que a delegacia especializada foi inaugurada, em 2020. Ele destaca que os dois se aproximaram em razão das pautas que defendiam, e se tornaram parceiros no trabalho e na vida.
Definida pelo amigo como uma pessoa extraordinária e que sempre cativou a todos, Andrea mantinha uma conta no Instagram em que compartilhava sua rotina como uma paciente oncológica. Além disso, apesar do tratamento, a delegada se manteve dedicada ao trabalho. Só deixava as suas atividades quando precisava ser internada e mesmo assim colaborava com as tarefas da delegacia, que era sua segunda casa.
— Eu brincava que ela era uma fujona. Vivia dando uma escapada do hospital para ir à delegacia. A última foto que ela me mandou mostrando que estava indo para delegacia dar uma entrevista para o (programa) Fantástico — lembrou Diego.
Ela deixa os filhos Luisa e Gonçalo, de 10 e 8 anos, e o marido Cristiano Reschke, que também é delegado. A despedida da Andrea será no Salão Nobre do Cemitério Jardim da Paz, com início às 10h e sepultamento às 15h.
Créditos: GHZ.