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O governo do Irã anunciou, neste sábado, 8, que vai instalar câmeras de segurança nas ruas para identificar e penalizar as mulheres que não usam o hijab, véu islâmico. As autoridades tentam controlar o número crescente de mulheres que desafiam o código de vestuário obrigatório.
Uma vez identificadas, as mulheres vão receber “mensagens de texto de advertência sobre as consequências” de seus atos, segundo a polícia local. Conforme o governo, a resistência em acatar as normas do país “mancha” a imagem espiritual do Irã e espalha insegurança.
Centenas de iranianas tem se recusado a usar o véu desde a morte de Mahsa Amini, 22 anos. Em setembro do ano passado, a jovem foi morta depois de ficar sob a custódia da polícia moral por supostamente não usar o véu islâmico.
Após a morte de Mahsa, o país vive a maior onda de protestos desde 2009 — na Primavera Árabe. Milhares de pessoas foram às ruas a favor dos direitos das mulheres iranianas.
O primeiro grande protesto aconteceu depois do funeral de Mahsa, na cidade de Saqqez, no oeste do Irã. De lá para cá, muitas mulheres assumiram o protagonismo e passaram a andar com a cabeça descoberta. Vídeos de mulheres sem véu que resistem à polícia de moralidade inundaram as mídias sociais.
Alguns grupos de manifestantes fizeram grandes exigências ao governo, chegando a pedir a deposição do Estado. No final do ano passado, o Irã autorizou que manifestantes fossem condenados à pena de morte.
A primeira pessoa a receber a punição não teve seu nome divulgado, mas em 14 de novembro foi ela punida “por perturbar a ordem e a paz da comunidade e cometer um crime contra a segurança nacional”.
No Irã, após a Revolução de 1979 — que abriu espaço para um regime teocrático —, a lei passou a afirmar que mulheres são obrigadas a cobrir seus cabelos com o véu e usar roupas largas para encobrir o formato de seus corpos. Aquelas que descumprem a norma enfrentam repreensões públicas, multas e mesmo a prisão.
Créditos: Revisa Oeste.