A partir de janeiro de 2026, o preço da gasolina e do diesel no Brasil terá um novo reajuste por causa da atualização do ICMS, imposto estadual que incide sobre combustíveis. A mudança, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), altera diretamente o valor pago nas bombas, deve influenciar setores como transporte e logística e reacende o debate sobre a carga de impostos sobre itens considerados essenciais, em um país altamente dependente do transporte rodoviário. As informações são do jornal O Estado de SP.
Como será o aumento da gasolina e do diesel em 2026?
A partir de 1º de janeiro de 2026, a alíquota do ICMS sobre combustíveis será reajustada em todo o território nacional. A gasolina terá alta de R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,47 para R$ 1,57 de imposto estadual, enquanto o diesel terá acréscimo de R$ 0,05 por litro, subindo de R$ 1,12 para R$ 1,17.
Com o novo reajuste, apenas na gasolina, a soma dos tributos federais e estaduais deve alcançar cerca de R$ 2,25 por litro, mantendo o modelo de alíquota ad rem, fixo por litro desde 2022. Na prática, esse tipo de atualização costuma ser repassado rapidamente às bombas, pois o custo do combustível é componente central da formação de preços de distribuidoras e postos.
Como o aumento da gasolina e do diesel afeta o dia a dia?
O impacto do aumento da gasolina e do diesel vai além do abastecimento de carros de passeio e caminhões, gerando um efeito em cascata sobre a economia. Como o Brasil depende fortemente do transporte rodoviário para circulação de alimentos, insumos industriais e produtos acabados, o reajuste tende a pressionar custos logísticos.
Quando o combustível fica mais caro, empresas de transporte revisam contratos, fretes e rotas, o que chega ao consumidor em forma de produtos e serviços mais caros. Entre os principais setores impactados, destacam-se:
- Alimentos e bebidas: perecíveis que dependem de transporte diário podem registrar alta rápida nos preços;
- Construção civil: materiais como cimento, tijolos e aço, majoritariamente transportados por rodovias, sofrem pressão de frete;
- Comércio eletrônico: fretes urbanos e interestaduais de compras online tendem a encarecer;
- Serviços urbanos: frotas de transporte escolar, aplicativos e entregas podem reajustar tarifas.
Por que o ICMS sobre combustíveis é tão sensível?
O ICMS é uma das principais fontes de arrecadação dos estados e, por isso, está no centro das discussões sobre finanças públicas e preço dos combustíveis. Desde a adoção da alíquota fixa por litro, em 2022, a cobrança ficou menos sensível à cotação internacional do petróleo, mas continua respondendo por parcela relevante do preço final.
O reajuste de até 6,8% nas alíquotas ocorre em um cenário em que consumidores e setor produtivo pedem carga tributária mais equilibrada, sobretudo para o diesel, essencial ao agronegócio, à indústria e ao transporte de cargas. Somado a variações de câmbio e do petróleo, o imposto torna a formação de preços de gasolina e diesel ainda mais sensível e sujeita a oscilações ao longo do ano.
Qual é o impacto econômico desses aumentos?
O aumento do ICMS sobre gasolina e diesel em 2026 tende a ter impacto econômico amplo, com efeitos diretos e indiretos. De forma direta, consumidores pagarão mais ao abastecer veículos leves e pesados, enquanto empresas de transporte verão o reajuste entrar imediatamente em suas planilhas de custos.
De forma indireta, o repasse do aumento aos preços de produtos e serviços pode pressionar a inflação e reduzir o poder de compra das famílias, exigindo maior planejamento de gastos. Em contrapartida, os estados ampliam a arrecadação de ICMS, o que pode financiar políticas públicas e investimentos, razão pela qual economistas acompanham de perto a evolução dos preços de combustíveis e seus reflexos nos índices de inflação.
FAQ sobre o aumento da gasolina e do diesel em 2026
- Quando o aumento da gasolina e do diesel começa a valer? O reajuste do ICMS entra em vigor em 1º de janeiro de 2026, impactando os preços dos combustíveis a partir dessa data.
- O ICMS é igual em todos os estados? O valor definido pelo Confaz é aplicado de forma uniforme sobre combustíveis, mas cada estado administra sua arrecadação e política fiscal de maneira própria.
- O reajuste do ICMS afeta apenas gasolina e diesel? A decisão atual trata especificamente desses combustíveis, embora outros produtos também possam ter ICMS, com regras e alíquotas distintas.
- O aumento do ICMS pode ser revisto antes de 2026? Mudanças dependem de nova deliberação do Confaz e de acordo entre os estados, exigindo decisões formais em âmbito federativo.
