Tainara Souza Santos, de 31 anos, morreu na noite desta quarta-feira (24/12), no Hospital das Clínicas, na zona Oeste de São Paulo, após quase um mês internada em estado grave. Ela havia sido atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na Marginal Tietê, em um caso inicialmente registrado como tentativa de feminicídio, o que reacendeu o debate sobre violência contra a mulher e segurança nas vias da capital paulista.
Como foi o atropelamento e a internação de Tainara Souza Santos?
O atropelamento ocorreu em 29 de novembro, em um trecho da Marginal Tietê, área de grande fluxo de veículos e monitorada por câmeras de segurança. Desde então, Tainara passou por múltiplas cirurgias complexas, incluindo a amputação das duas pernas abaixo dos joelhos para tentar conter os danos.
Mesmo com suporte intensivo em UTI, o quadro clínico evoluiu de forma desfavorável, culminando na morte da vítima em 24 de dezembro. A família relatou sofrimento contínuo ao longo do período de internação e reforçou o pedido por justiça nas redes sociais.
Como foi o caso na Marginal Tietê?
As imagens de câmeras de segurança passaram a ser centrais para entender a dinâmica do crime e reforçar a suspeita de feminicídio. Em vídeo obtido pela imprensa, Tainara aparece caminhando ao lado de um homem na manhã de 29 de novembro, pouco antes de desaparecer do campo de visão.
Instantes depois, o carro dirigido pelo mesmo homem surge em alta velocidade, atropela Tainara, passa por cima dela e a arrasta por um longo trecho da Marginal Tietê. Essa sequência, aliada a laudos periciais, sustentou a tese de intenção de matar e o enquadramento do caso como feminicídio, agora consumado.
Quem é o motorista preso e como ocorreu a captura?
O motorista foi identificado como Douglas Alves da Silva, de 26 anos, que estava foragido por tentativa de feminicídio e ficou pouco mais de um dia em fuga. Ele foi localizado na noite de 30 de novembro em um hotel na Vila Prudente, zona Leste de São Paulo, onde se hospedava sob falsa tranquilidade.
Segundo o boletim de ocorrência, Douglas teria resistido à prisão e tentado tomar a arma de um policial, sendo baleado no braço antes de ser imobilizado. Após atendimento médico no Hospital Municipal Vila Alpina, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos.
Como está o andamento do inquérito?
Com a morte de Tainara, o inquérito deixou de tratar o caso como tentativa e passou a enquadrá-lo como feminicídio consumado, elevando a gravidade jurídica e a pena em perspectiva. A investigação reúne laudos médicos, perícia do veículo, imagens de câmeras e depoimentos de familiares, testemunhas e profissionais de saúde.
A mãe da vítima, Lúcia Aparecida Souza da Silva, divulgou nota informando o falecimento da filha e cobrando responsabilização exemplar do acusado. O Ministério Público acompanha o caso para oferecer denúncia formal, e entidades de defesa dos direitos das mulheres observam se houve falhas anteriores de proteção.
FAQ sobre mulher que foi atropelada e arrastada
- Quais crimes o acusado pode responder após a morte de Tainara? Com o óbito, o caso passa a ser tratado como feminicídio consumado, podendo haver agravantes como meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
- Qual pode ser a pena prevista para feminicídio nesse contexto? A pena pode chegar a até 40 anos de prisão, a depender dos agravantes reconhecidos pela Justiça durante o processo.
- O caso pode gerar mudanças em políticas de segurança ou proteção às mulheres? Sim. Casos de grande repercussão costumam pressionar autoridades a revisar protocolos de prevenção à violência contra a mulher e segurança viária.