A inauguração da nova Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai marca um novo capítulo na logística entre os dois países e na circulação de mercadorias pela região de Foz do Iguaçu. O empreendimento passou a operar em dezembro de 2025, conectando o município paranaense à cidade paraguaia de Presidente Franco, sobre o rio Paraná.
O que é a Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai?
Com 760 metros de extensão, a ponte possui um vão livre central de 470 metros, o maior da América Latina, e duas pistas simples com 3,6 metros de largura cada, projetadas para alto desempenho estrutural. A obra foi financiada pela Itaipu Binacional, com investimento de R$ 1,9 bilhão, em cooperação com órgãos brasileiros e paraguaios.
No Brasil, o projeto envolveu o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o governo do Paraná e o Ministério dos Transportes, integrando um sistema viário mais amplo. Esse conjunto inclui a Rodovia Perimetral Leste, com 14,7 quilômetros de extensão, e estruturas aduaneiras específicas para o trânsito internacional de cargas e passageiros.
O que muda na fronteira Brasil-Paraguai com a nova ponte?
A Ponte Internacional da Integração ganha relevância por estar diretamente ligada ao escoamento de produtos e à circulação de pessoas na região trinacional. A nova travessia foi projetada para complementar a Ponte da Amizade, hoje com tráfego intenso e grande volume de transporte rodoviário de cargas.
Com a nova ligação, a tendência é redistribuir esse fluxo, favorecendo rotas mais organizadas e específicas para diferentes tipos de veículos. A Perimetral Leste contorna a área urbana de Foz do Iguaçu, permitindo que caminhões evitem vias centrais, o que melhora a fluidez do trânsito urbano e reduz conflitos entre transporte de cargas e mobilidade local.
Como funciona a aduana e a integração viária na região?
A aduana Brasil-Paraguai instalada junto à ponte integra o novo corredor rodoviário internacional, oferecendo infraestrutura para controle e fiscalização de cargas e passageiros. Já as intervenções associadas à aduana Brasil-Paraguai e à pista que contorna a estrutura aduaneira argentina seguem em execução, sem interferir no início do tráfego pela nova ponte.
Essa divisão em etapas permite a entrada em operação da obra principal sem interromper outros canteiros de trabalho na região. No médio prazo, a expectativa é de maior integração entre as fronteiras, com sistemas aduaneiros mais modernos, uso crescente de tecnologias de inspeção e tempos de espera mais previsíveis.
Quais são os impactos da nova ponte no transporte de cargas?
A Ponte Internacional da Integração foi desenhada para separar o transporte de cargas do tráfego urbano, reduzindo riscos e atrasos operacionais. As obras de acesso envolvem pavimentação, drenagem, sinalização e dispositivos em desnível, como viadutos e passagens específicas para caminhões.
Entre os efeitos esperados para o transporte rodoviário, destacam-se mudanças diretamente relacionadas à eficiência logística e à segurança viária:
- Redução da sobrecarga na Ponte da Amizade, principal ligação atual entre Brasil e Paraguai na região.
- Segregação do fluxo de caminhões em relação ao trânsito urbano de Foz do Iguaçu.
- Melhor previsibilidade de prazos para o transporte internacional de mercadorias.
- Rotas mais diretas entre a malha federal (BR-277) e a fronteira paraguaia.
Quais são os impactos regionais e as perspectivas logísticas?
Na região trinacional, a nova ponte amplia o número de travessias possíveis entre Brasil e Paraguai, reconfigurando rotas de comércio e turismo. Comunidades próximas ao rio Paraná passam a contar com mais uma alternativa de ligação terrestre, estimulando serviços de transporte, armazenagem e apoio logístico.
O fortalecimento das relações comerciais entre os dois países é um dos principais efeitos esperados, com menor risco de congestionamentos prolongados em fronteiras. Ao conectar diretamente a BR-277 à ponte por meio da Perimetral Leste, cria-se um corredor contínuo entre centros produtores e a fronteira, ampliando o potencial de integração com o Paraguai, a Argentina e demais países do Mercosul.