A ficção científica deixou as telas de cinema para pousar nas cidades da China. O país asiático assumiu a liderança global no desenvolvimento e certificação de carros voadores chineses, transformando a mobilidade urbana com veículos que já realizam voos comerciais e turísticos.
Como funcionam e quanto custam esses modelos?
Diferente dos helicópteros tradicionais, os chamados eVTOLs (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical) operam com múltiplos rotores e baterias de alta densidade. A eficiência não é medida em “km/l”, pois são 100% elétricos, mas sim em autonomia de voo e tempo de recarga rápida.
A empresa EHang obteve a primeira certificação de aeronavegabilidade do mundo para o modelo EH216-S. Já a Xpeng Aeroht aposta em um conceito híbrido inovador que une um veículo terrestre robusto a um módulo aéreo destacável.
Veja os valores e a capacidade de operação das principais apostas do mercado:
| Modelo | Preço Estimado | Autonomia / Alcance |
|---|---|---|
| EHang EH216-S | US$ 410.000 (~R$ 2,3 mi) | 30 km ou 25 min de voo por carga |
| Xpeng “Land Carrier” | US$ 280.000 (~R$ 1,6 mi) | 1.000 km (terrestre) / 5 a 6 voos curtos |
O ambicioso plano da economia de baixa altitude
O governo de Pequim definiu a “economia de baixa altitude” como um motor estratégico de crescimento. Cidades como Shenzhen já adaptam sua infraestrutura com “vertiportos” para receber rotas regulares, onde o custo da energia elétrica por km voado é drasticamente menor que o combustível de aviação.
A meta é comercializar esses veículos em massa até 2026. A Xpeng Aeroht, subsidiária da gigante automotiva Xpeng, projetou seu modelo “Land Aircraft Carrier” para carregar o módulo aéreo de 30% a 80% em apenas 18 minutos enquanto dirige, eliminando a ansiedade de autonomia.
Quando essa tecnologia chegará ao Ocidente?
A expansão internacional dos carros voadores chineses enfrenta barreiras regulatórias rígidas na Europa e nos Estados Unidos. Enquanto a China acelera as autorizações locais, agências ocidentais ainda estudam os protocolos de segurança para permitir voos autônomos sobre áreas povoadas.
No Brasil, a resposta a esse avanço vem da Eve Air Mobility, empresa da Embraer. Embora a concorrência asiática esteja adiantada em produtos físicos e preços agressivos, o mercado nacional aposta na robustez da certificação aeronáutica tradicional para ganhar confiança global.
- Viagem Shenzhen-Zhuhai: reduzida de 3 horas (carro) para 20 minutos (eVTOL).
- Custo operacional: fração do valor de um helicóptero devido à propulsão elétrica.
- Segurança: sistemas redundantes evitam quedas mesmo com falha em múltiplos rotores.
Domi apresenta detalhes sobre o carro voador XPeng Airdge Air-Land Carrier, mostrando suas funcionalidades e como esse tipo de tecnologia pode funcionar. Com 5,73 mil inscritos e 93 vídeos, o canal explora inovações em mobilidade avançada:
Quais os desafios e o futuro da mobilidade pessoal?
Para que os carros voadores chineses se tornem comuns, será necessário resolver o gerenciamento do tráfego aéreo urbano. A integração de milhares de aeronaves voando simultaneamente exige uma rede de comunicação 5G/6G impecável e inteligência artificial avançada.
Ainda assim, a velocidade com que a tecnologia avança sugere que ver um veículo levantar voo do engarrafamento deixará de ser raridade em breve. Se você planeja visitar a Ásia nos próximos anos, prepare-se para incluir um voo de eVTOL no seu roteiro turístico.
O que sabemos até então dos carros voadores chineses:
- O EHang EH216-S já é vendido por cerca de US$ 410 mil e foca em voos curtos intraurbanos de até 30 km.
- O modelo da Xpeng oferece autonomia terrestre estendida de 1.000 km, funcionando como uma base móvel de recarga para o drone.
- A infraestrutura urbana chinesa está sendo redesenhada agora para suportar voos comerciais em larga escala até 2026.
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