O avanço da chamada gripe K, novo subtipo do vírus influenza A (H3N2), entrou oficialmente no radar das autoridades brasileiras. O Ministério da Saúde confirmou que o subclado K foi identificado em amostras analisadas no estado do Pará e, apesar da atenção gerada, reforça que, até o momento, não há evidências de maior gravidade em comparação com outros vírus sazonais já conhecidos, embora sejam mantidos alertas de prevenção e monitoramento, sobretudo em locais com aumento de hospitalizações.
Como a gripe K afeta a saúde?
A expressão gripe K se refere ao subclado K do vírus Influenza A (H3N2), que integra um grupo já conhecido de vírus causadores de síndromes gripais em humanos. Não se trata de um novo vírus totalmente diferente, mas de uma variação genética esperada dentro da evolução contínua dos vírus influenza, que sofrem mutações frequentes.
A preocupação aumentou após a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatar um rápido crescimento de casos ligados a esse subtipo em vários países desde agosto. Regiões da América do Norte, Europa e Ásia já registravam o subclado K antes de sua detecção no Brasil, o que levou a maior esforço de vigilância, com intensificação do sequenciamento genético e da análise laboratorial das amostras.
Qual é o cenário atual de circulação da gripe K no Brasil?
Segundo o Informe de Vigilância das Síndromes Gripais, o vírus da gripe K já foi identificado no Brasil, especificamente em amostras do estado do Pará. A detecção ocorreu em análises de rotina que mapeiam subtipos de influenza em circulação e orientam campanhas de vacinação, além de estratégias de atendimento e organização de serviços de saúde.
O documento aponta sinais de crescimento ou manutenção das hospitalizações por Influenza A em diferentes regiões, com destaque para Amazonas, Pará e Tocantins no Norte, Bahia, Piauí e Ceará no Nordeste, e Santa Catarina na Região Sul, enquanto o Sudeste mostra tendência de redução gradual. Até agora, não há evidências de que o subclado K seja mais grave que outros H3N2, e o aumento de casos segue, em grande parte, o padrão sazonal esperado.
Como a doença se comporta e quais são os impactos na saúde pública?
Do ponto de vista clínico, os sinais e sintomas da gripe K são semelhantes aos de outras formas de influenza: febre, tosse, dor de garganta, mal-estar e, em alguns casos, dificuldade respiratória. Grupos como pessoas com doenças crônicas, gestantes, idosos e crianças pequenas seguem como prioritários para vigilância e prevenção, pois têm maior risco de complicações.
Na saúde pública, o foco está na capacidade de espalhamento e no impacto sobre as internações, leitos de terapia intensiva e absenteísmo em escolas e ambientes de trabalho. Entre as estratégias para reduzir a transmissão de vírus respiratórios, incluindo a gripe K, destacam-se medidas de prevenção que continuam recomendadas por autoridades sanitárias:
- Vacinação anual contra influenza, quando disponível e indicada para grupos prioritários;
- Higienização frequente das mãos com água e sabonete ou álcool em gel;
- Etiqueta respiratória, cobrindo boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Uso de máscara em ambientes fechados ou aglomerações em períodos de alta circulação viral;
- Evitar contato próximo com pessoas sintomáticas, sempre que possível.
Como a população deve se proteger?
Nos próximos meses, a tendência é de manutenção da vigilância sobre os subclados K e J.2.4 da influenza A (H3N2) no Brasil e em outros países. A combinação entre dados laboratoriais, registros de internações e informações de unidades sentinela ajuda a definir o real peso da gripe K na rede de saúde e a necessidade de ajustes em campanhas de imunização e recomendações sazonais.
Com o avanço do inverno no Hemisfério Norte, a OMS alerta para aumento de infecções respiratórias, incluindo influenza e vírus sincicial respiratório, o que pode influenciar orientações de viagens e de vacinação. Autoridades reforçam que a população deve buscar informações em fontes oficiais, acompanhar atualizações sobre campanhas, ficar atenta a sintomas respiratórios e procurar atendimento precoce em casos de agravamento.
FAQ sobre a gripe K
- A gripe K é considerada uma nova pandemia? Até o momento, a gripe K não é classificada como nova pandemia. Trata-se de um subclado do vírus Influenza A (H3N2), monitorado dentro do contexto das gripes sazonais.
- A vacina da gripe atual protege contra a gripe K? As vacinas contra influenza são atualizadas periodicamente para se aproximar dos vírus em circulação. A proteção exata contra o subclado K depende da composição da vacina de cada temporada, mas a imunização tende a reduzir formas graves e complicações.
- Como saber se um caso de gripe é causado pela gripe K? A identificação da gripe K exige exames laboratoriais específicos, com sequenciamento genético. Na prática clínica, os sintomas se assemelham aos de outras gripes e não permitem diferenciar subclados apenas pela avaliação médica.
- Crianças correm mais risco com a gripe K? Crianças costumam ser consideradas grupo sensível para qualquer influenza. Até agora, não há indicação de que a gripe K traga risco adicional específico em relação a outros subtipos de H3N2, mas a recomendação de atenção redobrada para esse público permanece.