Uma recente ação de fiscalização da Anvisa chamou a atenção para a segurança de suplementos alimentares vendidos no país. A agência determinou a proibição, apreensão e recolhimento de diferentes produtos, envolvendo desde empresas formalmente registradas até fabricantes e marcas de origem desconhecida, afetando fabricação, distribuição, venda, divulgação e consumo em todo o território nacional.
Quais suplementos alimentares foram proibidos pela Anvisa em 2025?
A publicação da Anvisa lista quatro grupos de suplementos alimentares que tiveram a comercialização barrada por irregularidades sanitárias ou documentais. Em vários casos, a decisão atinge não apenas novos lotes, mas também produtos já colocados no mercado.
Entre os itens com suplementação proibida, estão produtos de empresas com falhas graves de regularização e outros de origem desconhecida, sem qualquer vínculo formal com fabricantes autorizados.
- Todos os lotes de produtos da empresa Pharmacêutica Indústria e Laboratório Nutracêuticos Ltda.
- Lote 071A do suplemento Supra Ômega 3 TG 18 EPA/12 DHA Vitamina E – marca Global Suplementos, de empresa não identificada.
- Todos os produtos da empresa R.T.K Indústria de Cosméticos e Alimentos Naturais Ltda. EPP.
- Todos os lotes do suplemento CANDFEMM, também de origem desconhecida.
Por que a Anvisa proibiu determinados suplementos alimentares?
Os motivos da suspensão variam conforme a empresa e o produto, mas todos envolvem descumprimento das normas sanitárias. A Pharmacêutica Nutracêuticos apresentou falta de regularização, uso de constituintes não autorizados, ausência de registro em probióticos e marcas que sugeriam propriedades terapêuticas não aprovadas.
No caso do Supra Ômega 3, a Akron Pharma declarou não reconhecer o lote 071A vendido em e-commerce, e foram notadas diferenças claras de rotulagem e acabamento, sugerindo possível falsificação. Já a R.T.K teve todos os produtos suspensos por falhas em boas práticas de fabricação, e o CANDFEMM foi proibido por ausência de registro e alegações de cura de candidíase, o que configura uso terapêutico não autorizado.
Como a fiscalização de suplementos alimentares impacta o consumidor?
A fiscalização da Anvisa afeta diretamente quem utiliza suplementos de forma regular, exigindo mais atenção à procedência e à rotulagem. Mesmo com o crescimento do mercado, a atuação da agência mostra que cápsulas, comprimidos, pós e líquidos precisam seguir padrões rígidos de segurança.
Com essas ações, a vigilância sanitária busca reduzir o uso de produtos sem controle adequado, que podem induzir o consumidor ao erro ou expô-lo a riscos de saúde, especialmente quando substituem tratamentos médicos prescritos.
- Produtos sem registro sanitário, que não passam por avaliação formal de composição e rotulagem.
- Uso de substâncias não autorizadas ou em concentrações inadequadas para alimentos.
- Alegações terapêuticas ou funcionais que estimulam a troca de tratamentos médicos por suplementos.
- Problemas de fabricação, como falhas de higiene, armazenamento inadequado ou falta de controle de qualidade.
Quais cuidados tomar diante de suplementos alimentares irregulares?
Diante da resolução, consumidores precisam redobrar a atenção com suplementos, sobretudo os comprados pela internet ou de fabricantes pouco conhecidos. Consultar o status regulatório no site da Anvisa e desconfiar de promessas exageradas são atitudes essenciais para reduzir riscos.
Alguns cuidados básicos ajudam a identificar produtos suspeitos e a evitar o consumo de itens falsificados, sem registro ou com alegações indevidas de cura ou tratamento de doenças.
- Verificar se o suplemento possui registro ou notificação na Anvisa, pelo número no rótulo ou em consultas públicas no site do órgão.
- Observar se há promessas de cura ou alegações de tratar doenças e infecções, o que extrapola o escopo de suplementos.
- Checar o CNPJ e a razão social do fabricante, especialmente em compras on-line e em marketplaces.
- Desconfiar de lotes ou embalagens com diferenças visíveis na rotulagem em relação ao produto original já conhecido.
A resolução publicada no Diário Oficial da União em 16 de dezembro de 2025 reforça que o controle sobre suplementos alimentares segue em atualização. Para fabricantes, isso significa manter registros em dia, rotulagem correta e boas práticas de fabricação; para consumidores, significa adotar uma postura mais crítica antes de adquirir qualquer suplemento.
