O aniversário do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, celebrado no sábado (13/12) em São Paulo, ocorreu um dia após o governo Donald Trump retirar o magistrado da lista de sancionados pela chamada Lei Magnitsky, reunião que, embora privada, ganhou contornos políticos ao aproximar representantes dos Três Poderes e servir de palco para conversas sobre temas sensíveis da conjuntura nacional, como a relação entre governo, Judiciário e Congresso, além da imagem institucional do STF no exterior. As informações são do portal Metrópoles.
O que é a Lei Magnitsky e qual o impacto para Alexandre de Moraes?
A Lei Magnitsky, criada nos Estados Unidos, permite sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos ou corrupção, incluindo bloqueio de bens e restrições de entrada no país. A inclusão de Alexandre de Moraes ocorreu em meio a críticas de setores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro às decisões do STF, sobretudo em investigações sobre ataques às instituições democráticas.
A revogação das sanções pelo governo Trump, informada na véspera da festa, reduziu o desgaste internacional em torno do ministro e aliviou a pressão externa sobre o Judiciário brasileiro. Na prática, Moraes deixa de ser alvo de bloqueios patrimoniais sob jurisdição norte-americana, o que foi interpretado como sinal de distensão diplomática e reequilíbrio da imagem do STF no cenário global.
Quem participou da festa de Alexandre de Moraes?
Segundo informações da coluna Igor Gadelha, a comemoração no salão de festas do prédio onde Moraes reside em São Paulo reuniu representantes centrais do Executivo, Legislativo e Judiciário, transformando o evento em espaço de articulação política discreta. Do Executivo, compareceram o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, além do ex-presidente Michel Temer, responsável por indicar Moraes ao STF em 2017.
No Legislativo, estiveram presentes o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa, sinalizando o interesse direto do Senado nas pautas do Supremo. Do Judiciário, participaram os ministros do STF Gilmar Mendes, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cristiano Zanin, além de integrantes do STJ como Luís Felipe Salomão, Benedito Gonçalves e Mauro Campbell, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Quais foram os principais temas discutidos na festa?
Segundo relatos de presentes, as conversas giraram em torno de três eixos: a retirada de Moraes da Lei Magnitsky, a relação do governo Lula com o Judiciário e o Congresso em 2025 e a disputa em torno da indicação de Jorge Messias ao STF. A presença simultânea de ministros, parlamentares e membros do Executivo transformou o encontro em termômetro da governabilidade e da disposição para cooperação institucional.
Um dos pontos centrais foi a resistência enfrentada por Jorge Messias no Senado, especialmente por parte de Davi Alcolumbre, que controla a pauta das indicações ao Supremo. As conversas abordaram o impacto da composição futura do STF em julgamentos estratégicos, como reformas econômicas, políticas públicas de grande alcance e processos de alta repercussão envolvendo democracia, eleições e combate à desinformação. Embora apresentado como evento privado, o aniversário de Moraes funcionou como sinalizador de aproximação e tentativa de pacificação entre atores que frequentemente se enfrentam em votações apertadas e decisões judiciais relevantes. A combinação entre a retirada do nome de Moraes da Lei Magnitsky e a participação de autoridades com poder decisório reforçou a percepção de reabertura de canais de diálogo entre os Três Poderes.
FAQ sobre a Lei Magnitsky e Moraes
- Alexandre de Moraes ainda pode ser alvo de outras sanções internacionais? Não há, até o momento, informação pública sobre novas sanções em vigor contra Alexandre de Moraes em outros países, além da retirada da lista da Lei Magnitsky pelo governo Trump.
- A Lei Magnitsky vale apenas nos Estados Unidos? A versão original é norte-americana, mas alguns países adotaram legislações semelhantes inspiradas no mesmo modelo de sanções a autoridades estrangeiras.
- Jorge Messias já foi sabatinado pelo Senado para o STF? Até a data mencionada, a indicação de Jorge Messias ainda enfrentava resistências e fazia parte de negociações internas no Senado, sob influência direta de Davi Alcolumbre.
- Qual o papel do presidente do Senado nas indicações ao STF? O presidente do Senado controla a pauta, define o ritmo de tramitação e influencia o ambiente político para a sabatina e a votação de indicados ao Supremo.