Embora o evento com os embaixadores não tenha sido tema da conversa, o encontro foi pautado, em grande parte, em torno da segurança das eleições
Quatro dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) promover um encontro com embaixadores para questionar a segurança das urnas eletrônicas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, recebeu na tarde desta sexta-feira (22) o advogado eleitoral do PL, responsável pela campanha à reeleição de Bolsonaro, Tarcísio Vieira.
Embora o evento com os embaixadores não tenha sido tema da conversa, o encontro foi pautado, em grande parte, em torno da segurança das urnas.
Segundo relatos feitos à CNN, num gesto para aliviar a tensão com o Palácio do Planalto, Fachin fez uma espécie de balanço de sua gestão à frente do TSE, destacando, principalmente, a atuação para garantir a integridade e fiscalização das urnas eletrônicas. O ministro deixa a presidência da Corte no dia 16 de agosto, quando passa o posto a Alexandre de Moraes.
No encontro, que durou cerca de uma hora, o ministro apresentou a Vieira o detalhamento técnico das ações implementadas para reforçar ainda mais a segurança dos equipamentos, justificando, inclusive, o fato de não poder acatar todas as sugestões das Forças Armadas. Vieira foi ministro do TSE de 2017 a 2021.
Um dos pleitos dos militares diz respeito ao aperfeiçoamento dos testes de integridade das urnas. Fachin admitiu que as sugestões são bem recebidas, mas que muitas delas dependem, por exemplo, de processos licitatórios – o que inviabiliza a aplicação no pleito de 2022.
Fachin entregou a Vieira um documento com os detalhes das medidas implementadas e afirmou que, nesta reta final de sua gestão, vai se concentrar no debate sobre a segurança no dia das eleições. O ministro falou sobre o grupo de trabalho criado para atuar na área.
O presidente do TSE afirmou ao advogado que o grupo vai atuar em três linhas: segurança dos servidores, servidoras, colaboradoras, colaboradores, mesários, mesários e todas pessoas que trabalham nas eleições; conversas com autoridades de segurança pública sobre segurança de candidatos e candidatas; e diálogos com advogados e advogadas das campanhas.
Neste último ponto, Fachin disse a Vieira que pretende reunir presidentes dos partidos que estão na corrida presidencial para debater a segurança durante o período eleitoral.