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Quando em situações de estresse (ferimentos ou desidratação), a planta faz um ruído de estalo que acontece em frequências fora do alcance da audição humana
Em um estudo publicado na revista científica Cell na última quinta-feira (30), pesquisadores descreveram uma descoberta: as plantas “gritam” quando se machucam. Na prática, é como um ruído de estalo que acontece em frequências fora do alcance da audição humana, mas que aumentam quando a planta se encontra em alguma situação de estresse.
Já estava claro para a comunidade científica que plantas sob estresse não são tão passivas, e podem passar por algumas mudanças notáveis, com direito a liberação de aromas, ou até mesmo a alteração de sua cor e forma. São mudanças que podem tanto sinalizar perigo para outras plantas próximas (que em resposta aumentam suas próprias defesas) quanto atrair animais para lidar com possíveis pragas, por exemplo.
No entanto, sinais sonoros ainda não tinham sido explorados pelos pesquisadores. Já foi comprovado que plantas podem detectar sons, e foi com isso em mente que o grupo se propôs a entender se elas também podem produzir.
No experimento, os cientistas registraram plantas em várias condições: primeiro, em seu estado normal. Posteriormente, registraram plantas desidratadas ou que tiveram seus caules cortados. Essas gravações ocorreram primeiro em uma câmara acústica à prova de som e depois em um ambiente normal de estufa.
A próxima tarefa foi treinar um algoritmo de aprendizado de máquina para diferenciar entre o som produzido por plantas não estressadas, cortadas e desidratadas. Enquanto as plantas em sua normalidade são completamente silenciosas, as submetidas a uma situação negativa reagem assim:
O artigo menciona que as plantas desidratadas começam a estalar mais antes de mostrar sinais visíveis de desidratação, aumentando à medida que ficam mais ressecadas. A próxima etapa do estudo é entender se outras condições de perigo também podem induzir som, como patógenos, e xposição aos raios ultravioleta, temperaturas extremas, etc.
Fonte: Cell via Science Alert