Uma mudança radical na legislação de trânsito está virando o mercado automotivo do Reino Unido de cabeça para baixo. A introdução de uma nova taxa baseada na quilometragem rodada promete tornar os carros elétricos menos atraentes e decretar o fim da era de ouro para os híbridos plug-in, que agora enfrentam um cenário de tributação tripla.
Como funciona a cobrança que enfureceu os motoristas?
A nova regra atinge em cheio quem possui veículos que combinam motor elétrico e combustão externa. O proprietário de um híbrido plug-in passará a pagar três tipos de impostos simultâneos: o imposto veicular padrão, a nova taxa por quilômetro rodado e os tributos já embutidos na gasolina quando precisar abastecer.
Para piorar a equação financeira, a alta no preço da energia elétrica e a queda no valor da gasolina criaram uma distorção econômica. Dados mostram que muitos motoristas já rodam usando apenas o motor a combustão, o que acarreta a “dupla tributação” por quilômetro e por litro de combustível, eliminando qualquer vantagem de possuir um carro ecológico.
Por que os híbridos autocarregáveis ficaram isentos?
A polêmica ganhou força com a exclusão de modelos como o Toyota Prius e outros híbridos convencionais (autocarregáveis) da nova taxação. Essa diferenciação gerou revolta entre donos de SUVs populares, como o Ford Kuga PHEV, que se sentem penalizados injustamente por terem optado por uma tecnologia que exige recarga na tomada.
O Departamento do Tesouro britânico defende a medida, alegando que a taxa por quilômetro para os plug-ins é metade da cobrada para carros 100% elétricos. Segundo o governo, isso cria um equilíbrio entre justiça fiscal e a necessidade de cobrir o rombo deixado pela isenção de impostos sobre combustíveis fósseis.
Como os brasileiros que vivem no Reino Unido podem ser afetados?
Para quem é brasileiro e mora no Reino Unido, a nova cobrança por quilômetro rodado e a tributação tripla sobre híbridos plug-in podem mexer diretamente no bolso, na escolha do próximo carro e até no planejamento de vida.
Principais impactos para brasileiros residentes no Reino Unido:
- Aumento do custo diário de deslocamento, especialmente para quem usa o carro para longas distâncias ou trabalha como motorista.
- Híbridos plug-in deixam de ser opção econômica, gerando despesas maiores com impostos e energia.
- Maior desvalorização do carro usado, afetando brasileiros que compraram um plug-in nos últimos anos e podem perder dinheiro na revenda.
- Pressão para trocar de carro antes das taxas entrarem em vigor, o que pode criar gastos inesperados.
- Redução da atratividade dos elétricos puros, dificultando a compra de modelos acessíveis no mercado de usados.
- Possíveis mudanças em seguros e proteções veiculares, já que o valor de revenda influencia diretamente o custo das apólices.
- Dificuldade para exportar veículos plug-in para outros países, limitando alternativas para quem planejava vender o carro ao retornar ao Brasil.
- Incentivo involuntário a escolher híbridos convencionais, mesmo que não sejam o tipo de carro desejado, apenas por serem menos taxados.
Como muitos imigrantes dependem do carro para trabalhar, visitar familiares em outras cidades ou realizar serviços de entrega, qualquer mudança no custo de rodar impacta o orçamento mensal de forma imediata.
O colapso previsto no mercado de revenda
Especialistas e revendedores, como a Independent Motor Dealers Association, preveem que os híbridos plug-in se tornarão “invendáveis” no mercado de usados. A expectativa é de uma corrida para vender esses veículos antes que as taxas entrem em vigor, gerando um excesso de oferta e derrubando os preços drasticamente.
Outro agravante é a dificuldade de exportação. Como os carros do Reino Unido possuem o volante no lado direito (mão inglesa), é difícil escoar esse estoque excedente para outros países da Europa, deixando os atuais proprietários sem saída e com um ativo desvalorizado nas mãos.
Veja os principais impactos dessa mudança legislativa:
- Híbridos Plug-in: Sofrerão com imposto veicular, taxa por km e imposto sobre combustível.
- Elétricos Puros: Perdem atratividade com a nova cobrança por uso da via.
- Híbridos Convencionais: Tornam-se a opção mais viável financeiramente ao escapar da nova regra.
- Mercado de Usados: Previsão de queda abrupta nos preços de revenda de modelos plug-in.
O futuro da mobilidade elétrica está em xeque?
Essa medida levanta um debate global sobre como os governos substituirão a receita dos impostos sobre gasolina à medida que a frota se eletrifica. O caso britânico serve de alerta: políticas fiscais mal planejadas podem frear a transição energética e punir quem investiu cedo em tecnologias mais limpas.
Acompanhe as próximas atualizações sobre o mercado automotivo internacional para entender como essas tendências podem influenciar a legislação em outros países.
As consequências fiscais da eletrificação
- A tripla tributação torna inviável manter um híbrido plug-in no novo cenário britânico.
- Modelos autocarregáveis ganham vantagem competitiva artificial devido à isenção da taxa.
- A dificuldade de exportar carros de mão inglesa agrava o prejuízo dos proprietários atuais.
