A proibição recente de três suplementos alimentares no Brasil chamou atenção para os cuidados necessários antes de consumir esse tipo de produto, reforçando a importância de observar rótulos, registros, composição e alegações feitas por fabricantes de suplementos nutricionais regularmente inscritos na Anvisa.
Quais suplementos foram proibidos pela Anvisa?
A Anvisa determinou a apreensão, suspensão da fabricação e interrupção do consumo de três suplementos específicos: Prosatril, Erenobis e Óliver Turbo. Eles estavam sendo comercializados sem registro ou cadastro obrigatório, requisito básico para qualquer suplemento alimentício ou produto de saúde vendido legalmente no país.
Sem esse controle regulatório, não há garantia sobre composição, concentração de ingredientes, qualidade dos insumos ou possíveis efeitos adversos. Em um mercado em expansão e amplamente divulgado em redes sociais, essa ausência de dados confiáveis coloca o consumidor em risco e favorece propaganda enganosa.
Como foi o caso do suplemento Erenobis com ora-pro-nóbis?
No suplemento Erenobis, fabricado por uma empresa de produtos naturais, foi identificada a presença da planta Pereskia aculeata, conhecida como ora-pro-nóbis. Essa espécie teve o uso em alimentos industrializados vetado em 2025 por falta de estudos robustos que comprovassem sua segurança em consumo concentrado e de longa duração.
Já o Prosatril, do mesmo fabricante, alegava falsamente possuir registros na Anvisa e se apresentava como fonte de vitamina E e zinco. As informações de registro eram classificadas como inverídicas, comprometendo a transparência com o consumidor e violando normas básicas de rotulagem e publicidade.
Por que suplementos com ora-pro-nóbis foram proibidos?
A planta ora-pro-nóbis é bastante conhecida em hortas domésticas e na culinária regional, sobretudo em preparações caseiras. No entanto, o uso tradicional não é suficiente, por si só, para autorizar sua incorporação em suplementos alimentares industrializados, que concentram doses e combinam diversos ingredientes.
Em abril de 2025, a Anvisa barrou o uso da ora-pro-nóbis em produtos processados por não encontrar estudos consistentes que garantissem ausência de riscos em consumo concentrado. Sem dados toxicológicos sólidos, não se estimam com precisão efeitos colaterais, impactos a longo prazo ou contraindicações para grupos vulneráveis.
Quando a Anvisa aplica o princípio de proteção à saúde pública?
Medidas preventivas como essa seguem o princípio de proteção à saúde pública: na falta de comprovação de segurança, o produto não deve ser liberado para uso comercial amplo. A prioridade é evitar danos potenciais, mesmo quando não há registros massivos de efeitos adversos.
Assim, suplementos que utilizam a ora-pro-nóbis como destaque de fórmula, caso do Erenobis, ficam impedidos de circular legalmente enquanto não houver nova avaliação baseada em estudos científicos reconhecidos. Esse processo pode ser revisto se a empresa apresentar dossiês completos de segurança e eficácia.
Como identificar suplementos irregulares e evitar riscos?
A decisão sobre Prosatril, Erenobis e Óliver Turbo ilustra problemas frequentes: falta de registro, alegações enganosas e promessas exageradas de benefícios. Alguns produtos se apresentam como solução para memória, foco, concentração, melhoria nos estudos ou ganho rápido de desempenho físico, o que configura uso indevido de alegações terapêuticas.
Para reduzir riscos, é possível adotar alguns cuidados simples antes de adquirir qualquer suplemento alimentar, sempre avaliando rótulos e informações oficiais da empresa e da própria Anvisa.
- Verificar o número de registro na Anvisa no rótulo ou no site oficial do fabricante;
- Conferir, no portal da Anvisa, se o produto e a empresa realmente constam na base de dados;
- Desconfiar de promessas de “cura”, “efeito imediato” ou garantias sobre foco e inteligência;
- Observar se há indicação de uso terapêutico, o que não é permitido para suplementos nutricionais;
- Pesquisar a reputação da marca e se há alertas ou notas técnicas recentes sobre o produto.
Por que a orientação profissional é fundamental?
A orientação de médicos e nutricionistas é essencial antes de iniciar o consumo de qualquer composto, principalmente em casos de doenças crônicas, uso de medicamentos contínuos, gestação ou lactação. Mesmo nutrientes considerados “simples” podem interferir em exames, pressão arterial, glicemia ou ação de fármacos.
A combinação de diferentes substâncias pode gerar interações indesejadas, ainda que os ingredientes pareçam inofensivos por serem de origem natural. O profissional avalia necessidade real de suplementação, dose adequada, tempo de uso e eventuais alternativas alimentares.
Qual é o papel da Anvisa no controle de suplementos?
A Anvisa atua como órgão regulador responsável por estabelecer regras, fiscalizar e, quando necessário, retirar do mercado produtos irregulares ou com risco potencial à saúde. Define quais categorias são permitidas, limites de dosagem, listas de ingredientes, requisitos de rotulagem e alegações nutricionais autorizadas.
Quando uma empresa divulga que um suplemento “melhora os estudos” ou “aumenta o foco e a concentração”, como no caso do Óliver Turbo, sugere efeitos terapêuticos ou de alteração de funções cognitivas que não são permitidos para essa classe de produto. Isso pode levar à abertura de processos, apreensão, suspensão de fabricação e proibição da comercialização.
Como acompanhar as decisões da Anvisa ao consumir suplementos?
Em um cenário de crescimento do consumo de suplementos no Brasil, acompanhar as decisões e alertas da Anvisa se torna um importante instrumento de proteção ao consumidor. Consultar regularmente o portal da agência ajuda a identificar proibições, recolhimentos e atualizações sobre substâncias.
A proibição de Prosatril, Erenobis e Óliver Turbo reforça que, antes de qualquer promessa de benefício nutricional ou de desempenho, está a necessidade de segurança, transparência nas informações e respeito às normas sanitárias vigentes, reduzindo riscos individuais e coletivos.