A decisão recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de restringir a entrada de alguns agonistas de GLP-1 chamou atenção por atingir diretamente o mercado das chamadas “canetas emagrecedoras”. A medida não se limita à importação: ela abrange a fabricação, distribuição, venda, divulgação e até o uso de produtos sem registro sanitário no Brasil, o que cria um novo cenário para quem vinha recorrendo a esses medicamentos por conta própria e reforça o debate sobre segurança, automedicação e regulação em 2025.
Quais produtos foram proibidos pela Anvisa?
Esses medicamentos agonistas de GLP-1 são utilizados em protocolos médicos para controle de diabetes e obesidade, mas somente quando avaliados e aprovados pelos órgãos competentes. No entanto, alguns nomes passaram a circular no país de forma paralela, sem qualquer validação oficial, o que aumenta o risco à saúde pública.
Entre eles, estão produtos como T.G. 5, Lipoless, Lipoless Éticos, Tirzazep Royal Pharmaceuticals e T.G. Indufar. A proibição da Anvisa tem como foco justamente interromper a movimentação desses itens fora das normas sanitárias e coibir propaganda e venda irregulares.
Por que a Anvisa proibiu canetas emagrecedoras sem registro?
A palavra-chave central nessa discussão é canetas emagrecedoras, expressão usada popularmente para descrever medicamentos injetáveis, em forma de “caneta”, voltados à perda de peso. A Anvisa identificou aumento expressivo na propaganda irregular desses produtos, em especial nas redes sociais, além de comércio informal em diferentes canais.
Sem registro, não há comprovação oficial de qualidade, eficácia e segurança, o que impede qualquer garantia mínima ao paciente. Além disso, esses itens escapam de inspeções, não seguem boas práticas de fabricação e podem comprometer tratamentos médicos em andamento.
Como funciona a importação de canetas emagrecedoras para uso pessoal?
Em situações comuns, medicamentos sem registro no Brasil podem ser importados para uso pessoal, desde que haja prescrição médica e cumprimento de requisitos rigorosos. Essa regra costuma valer para tratamentos individualizados, quando não há alternativa terapêutica nacional disponível.
Porém, quando há uma resolução específica de proibição, como ocorreu com essas canetas emagrecedoras, a regra muda: qualquer modalidade de importação é suspensa, inclusive a destinada a tratamento individual. Assim, a agência busca frear a circulação desenfreada e reduzir o risco de uso sem acompanhamento profissional adequado.
Como funcionam as regras para canetas emagrecedoras aprovadas?
Enquanto alguns produtos foram proibidos, outros agonistas de GLP-1 seguem liberados no país, desde que devidamente registrados. Nesses casos, o detentor do registro é responsável por todo o ciclo do medicamento, garantindo controle de produção, distribuição e monitoramento de segurança.
As canetas emagrecedoras regularizadas são classificadas como medicamentos sujeitos a controle especial, o que implica venda apenas com prescrição médica e retenção de receita. Isso permite acompanhamento de uso, rastreabilidade de lotes e intervenção rápida diante de problemas.
- Registro sanitário: garante avaliação prévia de eficácia e segurança.
- Farmacovigilância: monitoramento contínuo de possíveis efeitos adversos.
- Controle de venda: exigência de receita médica retida na farmácia.
- Fiscalização: possibilidade de inspeções e sanções a distribuidores e fabricantes.
Quais são os riscos do uso de canetas emagrecedoras irregulares?
O uso de canetas emagrecedoras sem registro oficial envolve riscos que vão além da falta de orientação médica. Um dos principais problemas é a impossibilidade de rastrear o caminho do produto, o que dificulta a identificação de lotes, origem e possíveis falhas de qualidade.
A ausência de dados confiáveis sobre composição, dosagem e modo de fabricação amplia a incerteza quanto aos efeitos no organismo. Em um cenário de comércio paralelo, cresce ainda o risco de falsificação, adulteração e bulas em idioma estrangeiro, favorecendo erros de aplicação e posologia.
- Uso sem avaliação clínica adequada.
- Ausência de garantia de origem e qualidade.
- Dificuldade em identificar e notificar efeitos adversos.
- Possibilidade de falsificação ou adulteração.
- Instruções em língua estrangeira, favorecendo erros de uso.
Como a população pode lidar com a proibição das canetas emagrecedoras?
Diante da decisão de barrar essas canetas emagrecedoras específicas, a orientação central é recorrer apenas a tratamentos prescritos por profissionais habilitados, utilizando medicamentos com registro ativo na Anvisa. A consulta médica permite avaliar histórico de saúde, outras doenças, uso de remédios concomitantes e metas realistas de perda de peso.
Do ponto de vista prático, a recomendação é evitar compras por canais informais, especialmente quando houver promessa de entrega rápida, ausência de exigência de receita ou produtos com rótulo em língua estrangeira. Em caso de suspeita de irregularidade, a população pode registrar denúncia nos canais oficiais da Anvisa ou das vigilâncias sanitárias locais, fortalecendo a segurança sanitária no país.