O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é muito mais do que uma reserva de segurança para demissões; ele representa a principal alavanca para milhões de brasileiros conquistarem o imóvel próprio. Todos os meses, empresas depositam o equivalente a 8% do salário do funcionário, acumulando um montante que pode transformar a matemática da aquisição imobiliária.
Como o saldo do fundo diminui os juros da dívida?
Utilizar o valor acumulado como entrada no imóvel é a estratégia mais comum para abater o preço total logo no início do contrato. Ao diminuir o valor que precisa ser financiado pelo banco, o comprador reduz drasticamente a incidência de juros compostos sobre as parcelas futuras.
Além da entrada, é possível usar o recurso para a amortização do saldo devedor anos depois da compra. Isso permite encurtar o prazo do pagamento ou diminuir o valor da prestação mensal, aliviando o orçamento familiar em momentos de aperto.
Quais são as regras obrigatórias para o trabalhador?
Para ter acesso a esse benefício, é necessário ter no mínimo três anos de trabalho sob o regime CLT, somando todos os períodos trabalhados em uma ou mais empresas. Além disso, a conta do trabalhador no fundo deve estar ativa ou possuir saldo de contratos inativos.
Outra exigência crucial é que o comprador não pode ser proprietário de outro imóvel residencial no mesmo município onde reside ou trabalha. Essa regra visa garantir que o recurso social seja destinado prioritariamente à moradia principal do cidadão, e não à especulação imobiliária.
Confira abaixo as três formas principais de aplicar o dinheiro na transação:
- Compra e construção: O saldo paga parte do imóvel ou serve de entrada.
- Amortização ou liquidação: Reduz a dívida total ou quita o financiamento existente.
- Pagamento de parcelas: Pode abater até 80% do valor das prestações por 12 meses.
O imóvel escolhido precisa seguir algum padrão?
O sistema impõe limites claros: o recurso só pode ser usado para imóveis residenciais urbanos destinados à moradia do titular. Propriedades comerciais, terrenos sem construção ou imóveis rurais não são elegíveis para esse tipo de movimentação.
Atualmente, o valor de avaliação do bem não pode ultrapassar o teto de R$ 1,5 milhão (para o SFH) ou R$ 2,25 milhões, dependendo das regras vigentes da Caixa e da localização. É fundamental verificar se o imóvel possui matrícula regularizada e condições de habitabilidade atestadas pela engenharia do banco.
Vale a pena zerar a conta do fundo?
Financeiramente, usar o recurso compensa porque as taxas de financiamento imobiliário costumam ser muito superiores ao rendimento anual do fundo de garantia. Deixar o dinheiro parado lá rende menos do que a economia gerada ao abater uma dívida bancária de longo prazo.
No entanto, especialistas recomendam cautela para não eliminar totalmente sua reserva de emergência se não houver outra poupança disponível. O ideal é equilibrar o uso do saldo para reduzir a dívida mantendo uma segurança mínima para casos de desemprego.
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Pontos de atenção para um uso eficiente
- Requisitos pessoais: Exige 3 anos de carteira assinada e não possuir imóvel na mesma cidade.
- Localização do bem: O imóvel deve ser urbano e situado onde o trabalhador mora ou exerce profissão.
- Planejamento estratégico: Amortizar o saldo devedor gera economia maior do que apenas pagar parcelas mensais.