O Senado deve colocar em pauta em dezembro a PEC 12/2022, que propõe extinguir a possibilidade de reeleição para presidentes, governadores e prefeitos. Segundo informações do Estadão, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) tratou do assunto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), durante o fim de semana. Os dois voltaram a discutir o tema nesta terça-feira (25/11). A expectativa é que a proposta retorne à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para uma nova avaliação, o que pode ocorrer nas próximas semanas.
O que propõe a PEC 12/2022 e quais mudanças traz para os mandatos?
A PEC 12/2022 visa abolir a reeleição para Presidente, governadores e prefeitos, além de propor nova duração para os mandatos. O texto sugere mandatos de cinco anos para cargos do Executivo e de deputados e vereadores, e amplia para dez anos o mandato dos senadores.
Essas mudanças representam uma alteração substancial nas regras do cenário político atual, com potenciais impactos na renovação das lideranças e na estabilidade dos cargos parlamentares, gerando debate entre parlamentares e a sociedade.
Quais são os principais argumentos a favor e contra o fim da reeleição?
O debate sobre a PEC divide opiniões na política e na sociedade civil. Defensores acreditam que o fim da reeleição reduziria o risco de perpetuação no poder e incentivaria políticas de longo prazo, enquanto críticos veem risco de interromper projetos bem-sucedidos por falta de tempo de execução.
Veja a seguir, de forma resumida, os principais argumentos apresentados:
- A favor: Renova oportunidades políticas e combate vícios da continuidade do poder.
- Contra: Limita a execução de agendas de governo e pode interromper projetos em curso.
As mudanças vão além do fim da reeleição?
Sim, a PEC propõe alterações que vão além de acabar com a reeleição, reformulando o tempo de mandato dos cargos. Senadores teriam mandatos de dez anos, enquanto presidentes, governadores e prefeitos passariam para cinco anos, caso a proposta avance.
Além disso, a proposta mantém as reeleições ilimitadas para o Legislativo, o que favorece a continuidade de algumas lideranças e pode garantir estabilidade para alianças políticas no Congresso.
Quais pontos polêmicos estão envolvidos na PEC 12/2022?
Uma das polêmicas envolve a emenda do senador Ciro Nogueira, que sugere exceção para prefeitos eleitos em 2024, permitindo que concorram a um terceiro mandato. Esse ponto gera questionamentos sobre a coerência e a justiça da regra para todos.
Diante dessa controvérsia, o relator enfrenta pressão de grupos locais que buscam garantir maior flexibilidade para gestores municipais, criando debate sobre possíveis privilégios.
Como a PEC 12/2022 pode impactar as próximas eleições?
Se aprovada, a PEC 12/2022 não afetará a possibilidade de reeleição do presidente em 2026, já que valerá para pleitos futuros. Governantes terão que planejar e executar suas políticas em um único mandato, o que poderá acelerar a busca por resultados de curto prazo.
Essa nova configuração exigirá que gestores repensem suas estratégias, priorizando ações eficazes e rápidas, e pode alterar o perfil das campanhas eleitorais e dos projetos de governo.
FAQ sobre PEC do fim da reeleição
- Como funciona atualmente o sistema de reeleição no Brasil? Atualmente, presidentes, governadores e prefeitos podem ser reeleitos para um segundo mandato consecutivo de quatro anos.
- Qual é a justificativa para aumentar o mandato dos senadores para dez anos? O objetivo é garantir estabilidade e continuidade política no Senado, considerado crucial para projetos de longo prazo e política institucional.
- Quais são os próximos passos para aprovação da PEC? Após discussões e ajustes pela CCJ, a PEC deverá passar pelo Plenário do Senado antes de ir para a análise da Câmara dos Deputados.