Desde a redemocratização, o Brasil viu quatro ex-presidentes serem levados à prisão: Fernando Collor, Luiz Inácio Lula da Silva (hoje presidente), Michel Temer e Jair Bolsonaro. Apesar de compartilharem o mesmo destino de enfrentar a Justiça, os motivos que levaram cada um deles à prisão são distintos, e apenas no caso de Jair Bolsonaro não houve relação direta com corrupção.
Fernando Collor foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em processos derivados de investigações sobre desvios e irregularidades.
Michel Temer foi preso preventivamente em 2019, também em apurações ligadas a esquemas de corrupção, especialmente relacionados às obras de Angra 3.
Lula, por sua vez, foi preso em 2018 após condenações na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, posteriormente anuladas pelo STF, que questionou competência e imparcialidade no processo, mas manteve o histórico de que a prisão ocorreu por acusações dessa natureza.
Já Jair Bolsonaro, diferentemente dos demais, não foi detido por crimes financeiros. Sua prisão decorre de acusações relacionadas a tentativa de golpe, organização criminosa, ataques ao sistema eleitoral e outras ações ligadas ao processo democrático. Trata-se, portanto, do único ex-presidente brasileiro preso por motivos não associados a corrupção.
O contraste reforça um ponto histórico: embora todos tenham enfrentado a Justiça, apenas Bolsonaro foi condenado por crimes de natureza política-institucional, enquanto os demais foram presos por suspeitas ou condenações envolvendo desvios, propinas ou lavagem de dinheiro.
