Nesta segunda-feira (24/11), a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes no sábado (22/11), marcou um momento significativo e polêmico na justiça brasileira, em meio a acusações graves contra o ex-presidente envolvendo risco de fuga e ameaça à ordem pública.
Como a prisão preventiva de Bolsonaro foi motivada?
Na véspera da prisão, Bolsonaro tentou violar a tornozeleira eletrônica, fato que aumentou a suspeita de que pretendia escapar do país e da jurisdição brasileira. O STF avaliou que a atuação do ex-presidente, aliada à convocação de vigília pública por seu filho, Flávio Bolsonaro, elevava ainda mais o risco de fuga.
Esses comportamentos reforçaram os argumentos do STF para manter a detenção, entendendo que existia uma possibilidade concreta de evasão no momento final do andamento judicial.
Quais os impactos da manutenção da prisão preventiva?
A manutenção da prisão preventiva significa que Bolsonaro permanecerá detido enquanto o STF considerar que persistem os fatores que justificaram a medida. Segundo a legislação brasileira, a prisão preventiva é adotada para garantir o cumprimento de decisões judiciais restritivas.
A cada 90 dias a Justiça deve reavaliar a necessidade da prisão preventiva, não havendo um prazo fixo para o seu término. A tentativa de violação da tornozeleira tornou a medida mais justificada diante do risco de descumprimento das ordens judiciais.
Como está o processo contra Jair Bolsonaro?
O processo penal, relacionado a uma possível trama golpista, está na fase final de recursos, com mais seis réus além de Bolsonaro. A condenação inicial foi determinada em setembro pelo STF, e os embargos de declaração, que podem esclarecer decisões judiciais, já foram negados pela Primeira Turma.
Agora, as defesas têm o prazo final até 24 de novembro para apresentar novos embargos, o que pode se refletir em poucas opções de recurso para o ex-presidente.
Quais recursos jurídicos a defesa de Bolsonaro ainda pode utilizar?
Após os embargos de declaração, ainda existe a possibilidade de apresentar embargos infringentes, um tipo de recurso pouco utilizado. Entretanto, para isso, é necessário que pelo menos dois ministros votem pela absolvição do réu, o que não ocorreu neste caso específico.
Por causa dessas restrições processuais, a defesa de Bolsonaro enfrenta sérias dificuldades para reverter a condenação, mantendo restritas as opções jurídicas disponíveis. Os principais pontos sobre os recursos existentes são:
- Embargos de declaração: esclarecem dúvidas e pontos obscuros do julgamento.
- Embargos infringentes: só podem ser usados caso haja dois votos pela absolvição.
- Execução da sentença: ocorre quando todos os recursos se esgotam sem sucesso.
Quais os próximos passos do caso?
O prazo para apresentação de novos recursos encerra-se em 24 de novembro. Se não houver nenhuma mudança substancial neste período, a execução da sentença pode ter início, tornando definitiva a condenação penal do ex-presidente.
A reavaliação periódica da prisão preventiva deverá continuar, mas o STF sustenta a custódia diante da gravidade das acusações e do comportamento de Bolsonaro durante todo o processo. O Tribunal tem reforçado que tentativas de abalar a democracia terão resposta rigorosa no país.
FAQ sobre a prisão de Bolsonaro
- O que levou à prisão preventiva de Bolsonaro? A prisão preventiva foi motivada por ameaças à ordem pública e risco de fuga do ex-presidente.
- Quando a prisão preventiva de Bolsonaro será reavaliada? A prisão será reavaliada a cada 90 dias, conforme a lei penal.
- Como funciona a última fase de recursos no processo de Bolsonaro? A última etapa envolve a possibilidade de apresentar embargos infringentes, embora poucos advogados consigam sucesso nessa fase sem votos para a absolvição.
- O que ocorre se todos os recursos forem negados? Se todos os recursos forem negados, a condenação se tornará definitiva e a execução da pena será iniciada.