Em um movimento significativo para o combate às mudanças climáticas, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP30, divulgou um pacote final de decisões no dia 22 de novembro de 2025. Essas deliberações estão programadas para serem apresentadas à plenária de encerramento em Belém. Apesar de os textos estarem completos, eles ainda necessitam de aprovação formal. A expectativa é que essa etapa seja apenas uma formalização dos acordos anteriormente estabelecidos.
O grande destaque da conferência foi a proposta do Brasil de criar um “mapa do caminho” para uma transição mais rápida fora dos combustíveis fósseis. Infelizmente, este plano, que contou com o apoio de mais de 80 países, enfrentou resistência de grandes produtores de petróleo, como a Arábia Saudita, e não foi incorporado ao texto principal da Conferência. No entanto, a presidência brasileira planeja lançar este roadmap de forma independente, juntamente com um documento adicional focado nos fósseis.
Financiamento Climático e sua Relevância
Um dos principais tópicos discutidos na COP30 foi o financiamento climático, um aspecto essencial para cumprir os objetivos climáticos globais. As nações presentes concordaram em estabelecer uma estrutura que irá nortear as negociações para o novo objetivo coletivo de financiamento, a ser implementado após 2025. A meta é atingir um investimento de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, destinado principalmente para países em desenvolvimento.
A decisão da conferência enfatiza a necessidade de aumentar os recursos públicos e fornecer concessões e financiamentos altamente concessional para adaptação. Há também o compromisso de triplicar o financiamento para adaptação até 2035. Além disso, foi criado um programa de trabalho, planejado para durar dois anos, focando em finanças climáticas, com revisões ministeriais periódicas.
Adaptação Climática: Passos Cruciais para o Futuro
No que tange à adaptação climática, a COP30 fez avanços notáveis. Um dos marcos foi a definição dos indicadores globais para o Global Goal on Adaptation (GGA), um tópico pendente desde o Acordo de Paris. A implementação dos indicadores está programada para começar em 2026, acompanhada de suporte técnico e possibilidade de revisão dos planos nacionais no ciclo seguinte.
Essa decisão é crucial, pois a falta de indicadores claros dificultou o acompanhamento do progresso das ações de adaptação em nível global. Com a nova estrutura, espera-se que os países mantenham seus compromissos e promovam ações efetivas em seus territórios.
Diálogo dos Emirados Árabes e Novas Iniciativas
Outro resultado significativo da COP30 foi a conclusão dos detalhes para o Diálogo dos Emirados Árabes. Este mecanismo, parte do GST-I, foi criado para monitorar a execução das metas do Acordo de Paris e orientar a formulação das próximas Contribuições Determinadas Nacionalmente (NDCs) para 2026 e 2027. Através deste diálogo, espera-se assegurar que os compromissos acordados sejam efetivamente implementados.
Além disso, a COP30 apresentou novas iniciativas multilaterais, incluindo o Global Implementation Accelerator e a Belém Mission to 1.5. Esses programas integram o ciclo de implementação até 2026 e reforçam o compromisso de acelerar a transição para economias com baixas emissões de carbono.
Perguntas Frequentes
- Qual foi a resistência mais significativa encontrada pela proposta do Brasil na COP30?A proposta brasileira de transição para longe dos combustíveis fósseis enfrentou resistência dos grandes produtores de petróleo, principalmente a Arábia Saudita.
- O que são os indicadores globais do Global Goal on Adaptation (GGA)?Os indicadores globais do GGA são métricas definidas para medir o progresso das ações de adaptação ao clima, essencial para acompanhar a eficácia das políticas implementadas desde o Acordo de Paris.
- Qual é a meta de financiamento climático até 2035?A meta visa atingir US$ 1,3 trilhão por ano, principalmente para apoiar países em desenvolvimento no combate e adaptação às mudanças climáticas.
- Quais são as novas iniciativas multilaterais introduzidas na COP30?Foram introduzidas o Global Implementation Accelerator e a Belém Mission to 1.5, que visam acelerar a implementação de economias de baixa emissão.
A COP30 reafirma a importância da colaboração global para combater as mudanças climáticas. Embora obstáculos persistam, os esforços contínuos para avançar em estratégias de adaptação e financiamento são fundamentais para um futuro mais sustentável.
