No coração das discussões sobre segurança no futebol brasileiro, um tema polêmico ganha destaque: a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios. O Projeto de Lei 4272/19 propõe vetar a venda de álcool e limitar o porte de garrafas de vidro em um raio de até 500 metros dos estádios nos dias de jogo. A proposta reacende debates sobre violência, cultura de torcida e os impactos econômicos dessa possível mudança.
O álcool realmente estimula comportamentos violentos nas arquibancadas?
Segundo especialistas em psicologia e segurança, o consumo de álcool em eventos esportivos pode amplificar a agressividade, especialmente em ambientes altamente emocionais como os jogos de futebol. Embora o álcool não seja a única causa da violência, seu efeito desinibidor pode facilitar brigas e confusões.
O problema se intensifica entre torcidas organizadas, onde o consumo coletivo estimula atitudes impulsivas. Nesse contexto, o PL 4272/19 visa reduzir riscos e tornar os estádios ambientes mais seguros para o público geral.
Como a proibição pode transformar a experiência do torcedor?
Se aprovada, a restrição da venda de bebidas alcoólicas alterará a dinâmica dos estádios. A medida pode reduzir conflitos e aumentar a sensação de segurança, mas também afetará a atmosfera tradicional de comemoração que muitos torcedores consideram parte da vivência do futebol.
Além disso, haverá impacto sobre os negócios que lucram com a venda de bebidas em dias de jogo, como ambulantes, bares e quiosques ao redor das arenas.
Setores afetados pela mudança na legislação
A seguir, veja alguns dos principais grupos que poderão sentir os efeitos da nova regra:
- Comerciantes ambulantes: podem perder uma de suas principais fontes de renda nos dias de jogo.
- Clubes de futebol: precisarão rever contratos de patrocínio e fontes de receita dentro dos estádios.
- Torcedores: terão que adaptar seus hábitos, o que pode gerar resistência inicial.
- Forças de segurança: poderão operar em um ambiente mais previsível e menos propenso a tumultos.
A medida será definitiva ou poderá evoluir?
O projeto de lei ainda tramita no Congresso e pode sofrer alterações. Alguns parlamentares defendem exceções para áreas VIP e camarotes, enquanto outros pedem que a regra se estenda a todos os eventos em arenas esportivas, não apenas aos jogos de futebol.
Há também uma expectativa de que a legislação seja acompanhada por campanhas educativas, para fomentar uma cultura de paz e convivência nos estádios.
Quais outros países que adotaram restrições similares?
Experiências internacionais ajudam a entender os possíveis desdobramentos da medida. Em países como Inglaterra, Escócia e Alemanha, a restrição ao álcool em eventos esportivos contribuiu para a diminuição da violência, mas exigiu reforço na segurança e ações de engajamento positivo das torcidas.
Proibir não basta: a cultura esportiva também precisa evoluir
O debate sobre o álcool nos estádios é mais do que uma questão legal: é um reflexo da relação entre futebol, comportamento e cultura. Para que a mudança seja efetiva, é preciso ir além da proibição e promover uma transformação no modo como torcedores vivem o esporte.
Isso exige escuta ativa dos envolvidos, programas de conscientização, inclusão de todos os públicos e soluções que equilibrem segurança, tradição e impacto econômico.