O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), declarou nesta terça-feira (18/11) que a comissão considera indispensável ouvir o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Como foi o alerta antecipado sobre fraudes no INSS?
Unidades regionais da AGU no sul do Brasil comunicaram à sede, em março de 2024, um aumento anormal nas ações judiciais ligadas a empréstimos consignados e descontos associativos. Apesar desses alertas, nenhuma mudança substancial ocorreu até a deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal, em abril de 2025.
Essa falta de reação rápida gerou fortes críticas de parlamentares, que apontaram possíveis falhas na resposta da AGU a recomendações feitas para suspender convênios com o INSS em julho de 2024. O caso lança dúvidas sobre a supervisão e o monitoramento dessas irregularidades.
Como a Advocacia-Geral da União respondeu à crise previdenciária?
Após a ação da Polícia Federal, a AGU criou rapidamente um grupo especial para combater as fraudes, liderado pelo advogado Rodrigo Bezerra Dowsley. Ele foi escolhido pela sua experiência técnica para enfrentar o novo desafio.
A nomeação de Dowsley, no entanto, gerou debates na CPMI devido a suas ligações com Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS preso recentemente. Os membros da comissão querem assegurar que a nova equipe seja independente.
O que a CPMI espera ao ouvir o advogado-geral Jorge Messias?
A CPMI solicitou o depoimento de Jorge Messias para entender as razões da demora nas ações da AGU diante dos alertas prévios de fraude. O relator Alfredo Gaspar busca esclarecer possíveis omissões e determinar responsabilidades.
Como parte da investigação, a comissão prepara uma lista de questões fundamentais para reforçar o controle e proteger os beneficiários do INSS. Entre os pontos que serão abordados estão:
- Por que os alertas regionais não geraram resposta imediata?
- Como os processos internos da AGU falharam na prevenção?
- Quais medidas serão tomadas para evitar novos casos?
Quais as críticas à atuação de Jorge Messias?
Enquanto se aguarda o depoimento, o deputado Evair de Melo manifestou sua insatisfação com o papel de Jorge Messias, questionando a adequação de sua possível indicação ao Supremo Tribunal Federal. Estas críticas refletem o tom incisivo da CPMI diante dos fatos.
A comissão enfatiza a necessidade de garantir a segurança dos beneficiários e restabelecer a confiança pública no sistema previdenciário, especialmente após denúncias recorrentes de fraudes e omissões.
Quais os impactos imediatos e futuros para o INSS?
O desenrolar desses acontecimentos evidenciou vulnerabilidades na administração do INSS, levando à intensificação das medidas de supervisão por parte da AGU e outros órgãos públicos.
A expectativa é que haja uma revisão dos processos internos do INSS e das entidades governamentais envolvidas, com redefinição de prioridades para fortalecer a resposta a ameaças futuras e restaurar a confiança dos segurados.
FAQ sobre as investigações e a operação Sem Desconto
- Por que a AGU demorou para agir após os alertas? Os motivos exatos ainda estão sob investigação, mas incluem burocracias internas e a necessidade de verificação detalhada dos casos.
- Quem é Rodrigo Bezerra Dowsley? Rodrigo Bezerra Dowsley é o advogado nomeado para liderar o grupo de combate às fraudes dentro da AGU, escolhido por sua experiência técnica.
- Qual é a função da CPMI do INSS? A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito investiga irregularidades no INSS, sobretudo fraudes contra aposentados.
- O que é a Operação Sem Desconto? Trata-se de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em consignados e outros crimes envolvendo aposentados.