Em Minas Gerais, a Polícia Civil apura um suposto esquema fraudulento envolvendo a compra e revenda de cosméticos de uma multinacional, com exploração de falhas no sistema de cashback (dinheiro de volta) que causou um prejuízo estimado em R$ 6 milhões. Nenhuma prisão foi efetuada até o momento, mas o caso chama atenção pela sua complexidade e pela organização dos envolvidos.
Como funcionava o esquema de fraude na compra e revenda de cosméticos?
O grupo aproveitou vulnerabilidades técnicas no sistema de e-commerce da empresa. Consultores premium faziam pequenas compras e obtinham grandes valores em cashback, permitindo a compra de produtos caros para revenda abaixo do valor de mercado.
Os itens eram revendidos em lojas físicas e plataformas digitais, oferecendo preços muito inferiores ao praticado normalmente, o que ampliava o alcance da fraude.
Quem liderava o esquema e como eram recrutados novos participantes?
De acordo com a Divisão Especializada em Investigação de Crime Cibernético, uma mulher de 51 anos foi identificada como líder do grupo. Ela usava sua rede de confiança, recrutando amigos e familiares para integrar a operação fraudulenta.
O recrutamento era feito entre pessoas próximas, intensificando a atuação e a quantidade de transações realizadas pelo grupo.
Quais foram as principais falhas técnicas no sistema de cashback exploradas?
As investigações apontaram que o esquema consistia em realizar operações simultâneas no site, onde a simples intenção de compra já gerava o retorno em cashback, sem a necessidade da efetivação total da transação. Isso facilitou o acúmulo indevido de benefícios.
As autoridades também averiguam se houve colaboração interna de funcionários da empresa, fator que poderia ter facilitado ainda mais a execução do esquema.
Quais medidas a empresa adotou após descobrir a fraude?
Após identificar o esquema, a empresa corrigiu imediatamente a falha do sistema. Os consultores envolvidos, incluindo a líder do grupo, foram bloqueados nos cadastros oficiais, dificultando o acesso a novas compras e vendas ilegais.
Confira algumas das providências tomadas pela empresa para conter os danos:
- Bloqueio imediato dos consultores suspeitos no sistema
- Monitoramento reforçado em transações online suspeitas
- Revisão nos protocolos de cashback e segurança digital
A revenda dos cosméticos prejudicou a qualidade e a segurança dos produtos vendidos
Há preocupação quanto à segurança dos cosméticos revendidos, que foram encontrados em locais inadequados, com risco de contaminação. Ambientes com insetos e roedores ameaçam a qualidade dos produtos direcionados ao consumidor final.
Além da suspeita de má conservação, o preço ofertado, de até 60% abaixo do mercado, levantou alerta nas autoridades para riscos adicionais à saúde pública.
Quais consequências legais enfrentam os investigados no caso da fraude?
Os envolvidos respondem a diversas acusações, como associação criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos. O rigor das acusações reflete a gravidade e a sofisticação do esquema.
A empresa Natura reafirma o compromisso com práticas éticas e segue colaborando com a polícia, enquanto a investigação avança visando responsabilizar todos os participantes e restaurar a confiança de consumidores e parceiros comerciais.
