Em meio aos desafios enfrentados pelas forças de segurança no Brasil, uma pesquisa Genial/Quaest revela como os eleitores veem as operações policiais no estado do Rio de Janeiro. O levantamento foi divulgado neste domingo (2/11), com 1.500 eleitores fluminenses entrevistados presencialmente entre 30 e 31 de outubro de 2025, destaca a divisão entre lulistas e eleitores de esquerda sobre a eficácia e necessidade da megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), que deixou 117 civis (grande maioria formada por bandidos) e quatro policiais mortos.
Qual a divisão de opiniões entre eleitores de esquerda?
Entre os lulistas, 51% apoiam operações semelhantes da polícia, enquanto 46% são contra e 3% não souberam opinar. No grupo de esquerda não alinhado diretamente a Lula, há perspectiva semelhante: 50% são favoráveis, 44% contrários e 6% indecisos.
Esses dados mostram que há adesão considerável à realização dessas operações mesmo no espectro de esquerda, mas a resistência também é forte devido ao impacto e riscos associados às intervenções policiais.
Como eleitores de esquerda avaliam operações policiais?
Muitos eleitores de esquerda citam questões de direitos humanos e o histórico de violência policial no Rio como fatores de resistência a essas operações. As ações da polícia frequentemente resultam em mortes e afetam desproporcionalmente comunidades pobres.
Apesar disso, parte da esquerda acredita que as operações são um mal necessário diante do controle de áreas inteiras por grupos criminosos armados. Nesses casos, a preocupação com a segurança pública pesa na avaliação dos entrevistados.
Como diferentes grupos eleitorais avaliam as operações policiais?
Comparando diferentes perfis, eleitores independentes e conservadores demonstram mais apoio às operações. Entre independentes, 72% são favoráveis e 23% contrários. Na direita não bolsonarista, o apoio chega a 93%, e nos bolsonaristas, a 94%.
Essas opiniões ilustram como a visão sobre o uso da força policial está ligada à orientação política dos eleitores. Grupos de direita costumam priorizar ordem e segurança em detrimento de preocupações com os métodos empregados.
Quais os impactos políticos?
No campo político, a polarização sobre operações reflete-se na aprovação dos governantes locais. O diretor da Quaest, Felipe Nunes, aponta que o governador Cláudio Castro (PL) teve um salto de 10 pontos em aprovação após a recente megaoperação.
Entre os fatores que contribuem para esse fenômeno, destacam-se:
- Maior apoio de eleitores favoráveis ao uso da força contra o crime
- Alinhamento de políticas de segurança pública com expectativa dos eleitores
- Ascensão da segurança como prioridade central no debate político estadual
Quais são possíveis caminhos para futuras operações?
O futuro das operações em favelas e áreas urbanas permanece incerto e gera debates acirrados. Há demanda por soluções que garantam tanto a eficácia no combate ao crime quanto o respeito aos direitos humanos.
Especialistas apontam para a necessidade de reformas nas práticas policiais e investimento em políticas sociais, sugerindo que o combate ao crime precisa ir além das ações policiais e incluir iniciativas de prevenção e diálogo comunitário.
FAQ sobre operação no RJ
- Como as operações policiais no Rio de Janeiro afetam a vida dos moradores locais? As operações frequentemente impactam negativamente os moradores, trazendo insegurança e causando interrupções nas atividades diárias devido à violência e confrontos armados.
- Qual é a relação entre políticas de segurança e a popularidade dos governantes? Geralmente, ações de segurança robustas tendem a aumentar a popularidade entre eleitores preocupados com o crime, embora possam diminuir a aprovação entre aqueles que priorizam direitos civis.
- Existem alternativas para operações violentas em áreas residenciais? Especialistas sugerem políticas públicas que combinem inteligência, investimento em bem-estar social e diálogo comunitário para abordar o crime de forma mais eficaz e menos intrusiva.