Durante um encontro neste domingo (26/10) entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump, ocorrido em Kuala Lumpur, na Malásia, a dinâmica entre os dois líderes chamou atenção da mídia. Contudo, o que realmente gerou burburinho foram as reações provocadas pelas declarações do advogado de Trump, Martin de Luca, em relação a esse encontro. De Luca, em uma série de postagens no X, fez piadas afiadas sobre as observações de Lula e as suas implicações.
De Luca começou ironizando a declaração de Lula sobre o sucesso do encontro, sugerindo que o silêncio de um dos lados parodiava a ideia de um sucesso estrondoso. Ainda comentou com sarcasmo sobre o “progresso” dos dois países em planejarem novas negociações, que ele afirma já estarem em andamento. Este comentário sublinha a desconfiança de que a reunião, amplamente revelada como um sucesso, poderia ser apenas um evento pró-forma.
Como o advogado de Trump reagiu?
As declarações de Lula em relação ao julgamento de Bolsonaro também se tornaram alvo do advogado de Trump. Segundo De Luca, Lula teria afirmado ao seu homólogo que o processo contra Bolsonaro foi conduzido por um “poder judiciário totalmente independente”. Para De Luca, esta declaração foi motivo de ironia pesada, ao publicar “Ai…” referindo-se à afirmação de Lula sobre o judiciário brasileiro e sua independência.
O julgamento mencionado refere-se à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump enquanto presidente do Brasil, por liderar uma suposta trama golpista. Este tema é sensível, dado o cenário político controverso tanto nos EUA quanto no Brasil. A independência do judiciário brasileiro é frequentemente defendida, mas crítica e sátira como a de De Luca destacam as várias percepções e suspeitas em voga.
Como a reunião em Kuala Lumpur impactou?
Além da pauta sobre Bolsonaro, a reunião visava abordar questões comerciais. Um dos objetivos principais do governo brasileiro era negociar as tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. Isso motivou a decisão de promover tal diálogo em território neutro, tentando-se um apaziguamento das tensões econômicas. Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, confirmou que tais tarifas, de fato, foram parte importante da agenda. Contudo, a resolução ainda permanece em progresso.
Outro ponto ironizado por De Luca foi a postura do chanceler brasileiro Mauro Vieira. Ao debruçar-se sobre questões como a verdade por trás das negociações e a crise na Venezuela, o advogado satirizou a linguagem corporal de Vieira, sugerindo que suas respostas indicavam uma negociação superficial. O episódio levanta questionamentos sobre o verdadeiro teor das discussões ocorridas a portas fechadas.
Como Lula pretende mediar as relações EUA-Venezuela?
After just 45 minutes with @realDonaldTrump, @LulaOficial and his team have given half a dozen press conferences in 12 hours.
— Martin De Luca (@emd_worldwide) October 27, 2025
Never has so little produced so many declarations of “great progress.” When you’re this desperate for validation, even flying 24 hours for a photo-op in… https://t.co/CDsYGFtEo9
De Luca voltou sua atenção para uma proposta de Lula de mediar a crise entre os Estados Unidos e a Venezuela. “Obrigado por oferecer, mas estamos bem”, ironizou De Luca, colocando em dúvida a necessidade ou a eficácia de tal interferência brasileira. Esta declaração mostra que a questão venezuelana ainda é ponto de divergência na relação entre os governos Trump e Lula, apesar de esforços diplomáticos.
Essa proposta de mediação foi destacada por Mauro Vieira, revelando as intenções de Lula de ampliar a influência brasileira na política internacional. Contudo, as reações mistas do lado americano (principalmente de advogados como De Luca) sugerem que a aceitação de tais propostas por parte dos Estados Unidos pode estar longe de se concretizar.
A reunião, que se estendeu por cerca de 45 minutos, acaba sendo um microcosmo das relações atuais entre o Brasil e os Estados Unidos sob as administrações de Lula e Trump. Enquanto publicamente afirmam avanços, em posts e comentários particulares, membros de ambas as administrações mantêm um tom que levanta questões sobre a efetividade real desses encontros no sentido de melhorar ou modificar significativamente as relações bilaterais.
