A Usiminas, uma das gigantes da siderurgia no Brasil, surpreendeu o mercado com um anúncio nesta sexta-feira (24/10): um prejuízo significativo no terceiro trimestre de 2025. Este revés, que contrasta com o lucro anteriormente reportado no mesmo período do ano passado, destaca os desafios enfrentados pela empresa em equilibrar suas finanças em um ambiente econômico competitivo e volátil.
O balanço financeiro recente da Usiminas revelou um prejuízo de R$ 3,5 bilhões entre julho e setembro deste ano, uma diferença marcante em relação ao lucro de R$ 184,6 milhões registrado no terceiro trimestre de 2024. Este resultado negativo foi fortemente influenciado pela baixa contábil de ativos, um procedimento financeiro que contabilizou uma perda de R$ 2,2 bilhões, essencial para que as demonstrações financeiras reflictam a realidade econômica da empresa.
O que significa a baixa contábil para a Usiminas?
A baixa contábil é um processo crítico para empresas como a Usiminas. Essencialmente, envolve a remoção de ativos cujo valor econômico já não é considerado significativo, seja por venda, desgaste ou obsolescência. Tal procedimento garante que os balanços financeiros mostrem uma imagem acurada da situação da empresa. Sem o impacto destas baixas, a Usiminas teria reportado um lucro líquido de R$ 108 milhões nesse trimestre, demonstrando um cenário menos alarmante para investidores e analistas financeiros.
Um indicador crucial analisado por investidores é o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Para a Usiminas, o Ebitda no terceiro trimestre foi negativo em R$ 1,74 bilhão, revertendo o valor positivo de R$ 457,8 milhões do ano anterior. No entanto, em termos ajustados, o Ebitda foi de R$ 434,1 milhões, representando um crescimento de 1,84% em relação ao mesmo período do ano passado. Este ajuste demonstra que, apesar dos desafios, a empresa está mantendo sua capacidade operacional eficiente, o que pode ser visto como um sinal positivo de recuperação e estabilidade.
Quais os impactos no mercado e resposta das ações?
A divulgação dos resultados financeiros impactou diretamente o comportamento das ações da Usiminas na Bolsa de Valores do Brasil (B3). No dia da divulgação, os papéis da empresa registravam uma queda expressiva de 7,65%, sendo negociados a R$ 4,59. Esse movimento reflete a preocupação dos investidores com a capacidade da empresa de se recuperar dos desafios financeiros atuais. No entanto, o resultado financeiro, que foi negativo em R$ 72,2 milhões, mostra uma desaceleração em comparação com o resultado positivo de R$ 55,8 milhões do mesmo período do ano passado.
O crescimento no mercado externo pode ser a chave para a recuperação?
Outra faceta interessante dos resultados trimestrais da Usiminas foi o desempenho no mercado externo. As vendas internacionais de aço avançaram 101%, atingindo 112 mil toneladas. Em contraste, as vendas no mercado interno caíram 7%, para 991 mil toneladas. Este crescimento robusto no mercado externo mostra uma estratégia bem-sucedida de expansão internacional, talvez uma resposta à pressão competitiva interna, especialmente das importações chinesas que impõem uma competição desleal.
Na produção, a Usiminas reportou ter produzido 746 mil toneladas de aço, uma queda de 15% em comparação anual. Já a produção de laminados recuou 2%, para 1,12 milhão de toneladas. Apesar dessas quedas, a empresa conseguiu gerar R$ 613 milhões em caixa, o melhor resultado em dois anos, refletindo uma eficiente gestão do capital de giro e investimentos, o que pode ser um indicativo de preparação para um futuro mais estável.
FAQ sobre a Usiminas
- O que é a Usiminas? A Usiminas é uma das maiores fabricantes de aço do Brasil, com uma vasta operação em mineração, siderurgia, transformação do aço, e logística.
- Por que as importações chinesas afetam a Usiminas? As importações chinesas muitas vezes chegam ao Brasil com preços mais baixos, devido à política de exportação agressiva da China, o que coloca pressão competitiva sobre empresas locais como a Usiminas.
- Como a Usiminas planeja melhorar sua situação econômica? A Usiminas continua focando na eficiência operacional e na expansão do mercado externo para contrabalançar a pressão competitiva interna e melhorar sua saúde financeira.