A ex-advogada e procuradora previdenciária Jorgina de Freitas morreu na quarta-feira (20), no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ela estava internada desde que sofreu um acidente de carro, em dezembro de 2021.
Jorgina ficou famosa por comandar o esquema de desvio de verbas de aposentadoria que ficou conhecido como “escândalo da Previdência”, a maior fraude da história da Previdência Social do país, descoberta na década de 1990. O prejuízo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) chegou a quase R$ 2 bilhões, segundo a Advocacia-Geral da União.
O grupo que ela liderava era composto por 25 pessoas, entre elas um juiz, Pedro Diniz, advogados, procuradores federais e um contador. Para aplicar o golpe, Jorgina e os outros advogados se ofereciam para representar pessoas que tinam sofrido acidentes de trabalho, e entravam na Justiça pedindo indenizações para elas.
O contador da quadrilha corrigia os valores das indenizações julgadas procedentes, tornando muito altas as pequenas quantias a que os aposentados teriam direito. Os procuradores do INSS que também integravam o bando recomendavam os pagamentos, e o juiz indicava que a quantia devida deveria ser paga em até 24 horas.
Os desvios de verbas foram praticados entre 1988 e 1991, nas cidades de Nova Iguaçu, São João de Meriti e Vassouras.
Em julho de 1992, Jorgina foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a 14 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado, por crimes contra a administração pública. Ela saiu do país e ficou foragida entre 1992 e 1997, quando foi encontrada na Costa Rica, depois de ter feito diversas cirurgias plásticas no rosto, tentando mudar sua aparência para não ser reconhecida.
No ano seguinte, a fraudadora foi extraditada para o Brasil e presa, levada para a penitenciária Oscar Stevenson, na zona norte do Rio. Ela foi solta em 12 de junho de 2010, depois de uma sentença judicial declarar sua pena extinta.
Além da prisão, Jorgina e o juiz que participou do esquema foram condenados a ressarcir o INSS em R$ 8,8 milhões, sendo R$ 4 milhões devidos aos danos morais causados ao Instituto.
em R$ 200 milhões. Para o abatimento da dívida, os 57 imóveis dela vão a leilão.
De acordo com a Justiça, as fraudes, realizadas com o pagamento de indenizações falsas, foram cometidas em São João de Meriti e Duque de Caxias.
A ex-advogada Jorgina de Freitas, conhecida como a maior fraudadora do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), morreu no hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na terça-feira, 20.
Jorgina deixou a prisão no Rio de Janeiro em 2010 após cumprir 14 anos.
Segundo pessoas próximas, Jorgina estava morando em Petrópolis, na região serrana, e foi parar no hospital após um acidente de carro no dia 13 de dezembro.
Procurada, a unidade explicou que ela havia sido vítima do capotamento de um veículo.
O corpo da ex-advogada será sepultado na tarde desta quinta-feira, 21, no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, na Baixada Fluminense.
A Justiça sequestrou 60 imóveis em nome da ex-advogada. O patrimônio imobiliário sempre foi considerado valioso, como apartamentos no Leblon, zona sul do Rio, e o histórico casarão de dois andares em Petrópolis, tombado pelo Patrimônio Histórico da cidade, onde ela dava festas antes de ser presa. Mas Jorgina terminou longe da pobreza.
Créditos: R7.