Em evento de pré-campanha em Recife nesta quinta-feira, 21, Lula usou o exemplo da Argentina para oferecer sinais de como pretende olhar para a economia brasileira, se vencer as eleições de outubro. O pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência admitiu que o atual governo argentino, do “amigo” Alberto Fernández, não conseguiu vencer os desafios econômicos.
O encontro desta quinta em Pernambuco tinha como tema a cultura no Brasil, mas o petista abordou temas diversos em sua participação e voltou a admitir que não pretende se intimidar com teto de gastos para governar. Na declaração, Lula ainda citou a dívida argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI) como exemplo.
Na última semana, o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) informou que a inflação anual na Argentina alcançou quase 65%. Trata-se do pior patamar desde 1992. Em março, o país comemorou um acordo com o FMI para refinanciamento de uma dívida de US$ 45 bilhões, evitando o risco de calote.
“Nós temos que fazer coisas diferentes. Se a gente ficar pensando só em política fiscal, em teto de gastos, e não sei das quantas, nós estamos ferrados”, afirmou Lula.
“Eu tenho medo que aconteça com a gente o que aconteceu com o presidente da Argentina. O meu amigo Alberto Fernández ganhou a eleição porque o (ex-presidente Mauricio) Macri tinha feito uma dívida de US$ 40 bilhões no FMI. E ele ganhou com a perspectiva de resolver o problema da Argentina. Não conseguiu, porque ficou preocupado em resolver o problema do FMI. E o FMI só enche o saco quando a crise é em país pobre. Quando o EUA quebrou, quando a Alemanha quebrou, o FMI não fala nada. Mas quando é a Argentina, o Brasil, a Bolívia, eles dão palpite.”
“E eu e o Geraldo Alckmin (vice na sua chapa) temos autoridade moral, temos experiência política para encontrar soluções para esse país a partir das nossas necessidades”, concluiu.
Créditos: Revista Oeste.