Requerimento teve apoio de 172 parlamentares; decisão final está nas mãos do presidente Arthur Lira
Só falta um acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as recentes ocupações feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). A informação é do Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), autor do pedido. Até a noite de 4ª feira (15.mar), ele havia conseguido as assinaturas de 172 parlamentares, uma a mais que o mínimo necessário.
O deputado argumenta que é preciso investigar o movimento com rigor, para chegar aos financiadores do que ele classifica como “terror no campo”.
A CPI tem apoio de integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária e teve como auxiliares os deputados Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Ricardo Salles (PL-SP) na coleta de assinaturas. Salles foi ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro e ficou marcado pela afirmação de que era hora de “passar a boiada”, ao defender mudanças infraconstitucionais na legislação ambiental, enquanto a imprensa se dedicava à cobertura da pandemia.
Lira pode barrar
Pelas regras da Câmara, caso seja instalada, a CPI do MST terá 27 membros titulares e 27 suplentes. Mas cabe ao presidente Arthur Lira atender ou não ao pedido. Só para se ter uma ideia, na Legislatura anterior, Lira decidiu não dar andamento a mais de 130 pedidos de impeachment do ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como não determinou a instalação de CPIs, como a do abuso de autoridade, por exemplo.