O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) foi um “salto de qualidade” na sua campanha. Em evento com apoiadores em Pernambuco nesta quinta-feira (21), o petista destacou o papel de Alckmin na chapa e disse que o ex-tucano é “um companheiro de qualidade”.
“Eu resolvi voltar e resolvi procurar o Alckmin, porque eu precisava ter um companheiro com qualidade. E uma pessoa que governou São Paulo por 16 anos tem qualidade suficiente para me ajudar a consertar esse país. Eu não fui pedir o Alckmin em casamento, ele já está casado e eu também. Eu fui estabelecer uma aliança política com um segmento político que não era meu, para que a gente faça uma somatória de gente que é diferente”, disse o petista.
Alckmin enfrentou resistências no início do ano quando sua aproximação com Lula se consolidou. Segundo Lula, depois que o ex-governador sugeriu o bordão “lula com chuchu”, durante o lançamento da chapa em maio, passou a ser mais bem-visto no partido. “Eu acho que foi um salto de qualidade. Acho que a história vai julgar e ela vai julgar melhor depois”, completou.
O petista também lembrou as eleições que o PT disputou contra PSDB, antigo partido de Alckmin. Disse que as divergências políticas nunca impediram a boa relação com os candidatos e que buscou sempre uma “convivência democrática” com seus rivais. Segundo o ex-presidente, o cenário anterior difere das próximas eleições em outubro, quando terá como principal rival o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Nós não enfrentando uma eleição comum, estamos enfrentando um fascista cercado de miliciano por todos os lados e que nós precisamos derrotar para recuperar a democracia”, disse.
Enquanto Lula falava em Pernambuco, o PT oficializava sua candidatura à Presidência da República. Será a 7ª vez que ele concorrerá ao cargo e, se eleito, será o único na história do Brasil com 3 vitórias pelo voto direto. Alckmin também teve seu nome aprovado pelo PT na convenção nacional do partido. Passará a compor oficialmente a chapa presidencial.
O papel de Alckmin na chapa foi inicialmente delineado para puxar a candidatura de Lula para o centro e, assim, aplacar o receio de setores da sociedade sobre uma eventual radicalização do ex-presidente à esquerda.
Também era esperado que o ex-governador construísse pontes com empresários, especialmente do agronegócio e do mercado financeiro. Ele, porém, não tem tido o protagonismo esperado até o momento, mas traça planos para intensificar o contato com os setores.
De acordo com integrantes da campanha, a estratégia de interlocução de Alckmin com o agronegócio, por exemplo, começou a ser traçada no início deste mês.
Ele deve se reunir nesta sexta-feira (22) com o deputado Neri Geller (PP-MT), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e com o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), que começaram a fazer a ponte do setor com a campanha petista.
Créditos: Metrópoles.