A semana iniciou com um respiro de alívio para o mercado financeiro, especialmente para as ações americanas, após uma reviravolta nas decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os índices futuros no pré-mercado apontam para uma recuperação, revertendo as intensas oscilações vividas na última sexta-feira (10/10). O protagonista desta virada foi o anúncio de Trump relativo às tarifas sobre a China, que inicialmente consistia em impor uma taxa adicional de 100% sobre as exportações chinesas, além de novos controles sobre exportações de software produzido nos EUA.
As novas tarifas e controles de exportação foram uma resposta direta às medidas restritivas da China sobre terra raras, um componente vital para a tecnologia moderna como a inteligência artificial. Esta cadeia de eventos desencadeou uma queda expressiva no mercado de ações, afetando particularmente as empresas do setor tecnológico e de IA, dado que a China detém uma posição de dominância neste segmento. No entanto, um comunicado conciliatório de Trump durante o fim de semana trouxe um alívio momentâneo, com a promessa de que “tudo ficará bem”.
Por que a tensão entre EUA e China impacta tanto o mercado?

A relação comercial entre os Estados Unidos e a China está entre as mais influentes do mundo. As tensões entre essas duas economias impactam não apenas suas próprias fortunas, mas também os mercados globais. A China, sendo um dos maiores detentores de terras raras, e os EUA, um líder significativo em inovações tecnológicas, formam uma interdependência crítica. Portanto, qualquer tensão pode ter repercussões significativas. As restrições propostas por Trump atingiriam duramente a indústria chinesa, especialmente nos setores de computação em nuvem e inteligência artificial, onde os americanos têm um papel importante.
As recentes medidas discutidas afetaram de forma notável os índices S&P 500 e Nasdaq, que estavam em um bom caminho para terminar a semana com ganhos, mas acabaram registrando as maiores quedas semanais em meses. Contudo, o tom mais ameno adotado por Trump no fim de semana indica uma possível reconciliação, ou pelo menos, um abaixamento da retórica agressiva, trazendo algum otimismo de volta aos investidores.
Como está o mercado brasileiro em meio às tensões?

Embora a notícia tenha sido focada nas relações sino-americanas, os efeitos reverberaram no mercado global, incluindo o Brasil. Os contratos futuros do ETF EWZ iShares MSCI Brazil, que representa as ações brasileiras negociadas em Wall Street, também observaram uma alta de cerca de 1% no pré-mercado. Este movimento destaca a influência que os desdobramentos internacionais têm no desempenho das ações brasileiras, muitas vezes movidas por crises e alívios do cenário financeiro internacional.
A confiança dos investidores, contudo, permanece frágil. O cenário é de cautela e incerteza, uma vez que as oscilações dependem fortemente das declarações e possíveis encontros entre Trump e o líder chinês Xi Jinping, cuja realização foi ameaçada de cancelamento pelo próprio presidente americano. O impasse atual se mantém como um espectro de incerteza sobre o mercado global.
Qual é o futuro das relações comerciais entre EUA e China?
O futuro das trocas comerciais entre Estados Unidos e China continua nebuloso. Apesar das recentes palavras conciliadoras de Trump, a possibilidade de que novas tarifas ou restrições comerciais sejam impostas não pode ser descartada facilmente. Os investidores ficarão atentos ao resultado de uma possível reunião entre Trump e Xi Jinping, ainda sem data confirmada. As negociações e os sinais de diplomacia ou agressividade vindos de ambas as partes serão determinantes para configurar o sentimento do mercado nos próximos meses. Analistas sugerem que, enquanto as tensões persistirem, os mercados provavelmente continuarão a apresentar volatilidade.
I am pleased to announce that the great Dan Scavino, in addition to remaining Deputy Chief of Staff of the Trump Administration, will head the White House Presidential Personnel Office, replacing Sergio Gor, who did a wonderful job in that position, and will now become the…
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 12, 2025
FAQ sobre Trump e China
- Quais setores são mais impactados pelas tensões comerciais entre EUA e China? O setor tecnológico, especialmente empresas de inteligência artificial e computação em nuvem, é especialmente afetado devido ao domínio chinês em terras raras e o papel central dos EUA em inovação tecnológica.
- Por que as ações brasileiras são impactadas por mudanças nas relações EUA-China? Em um mundo globalizado, as economias estão interligadas. Movimentos em grandes mercados como os EUA e China afetam o sentimento global dos investidores, incluindo aqueles que atuam no mercado brasileiro.
- O que são terras raras e por que são importantes? Terras raras são um grupo de 17 elementos químicos cruciais para a fabricação de muitos dispositivos eletrônicos, incluindo aqueles usados em tecnologia militar e aplicações industriais avançadas.
- Há previsão de melhora nas relações EUA e China? Enquanto há sinais de retórica menos agressiva, a situação ainda é altamente incerta. Observadores aguardam a dinâmica das negociações políticas entre ambos os países.