No último episódio que envolveu a Medida Provisória (MP) sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, respondeu duramente às acusações feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Haddad acusou Tarcísio de agir contra os interesses nacionais, especificamente ao influenciar a rejeição da votação da MP que contemplaria alternativas ao aumento do IOF. Em resposta, Tarcísio publicou um vídeo nesta quinta-feira (9/10) em suas redes sociais dirigindo-se diretamente a Haddad e criticando a postura do governo federal.
Segundo Tarcísio, o aumento de impostos seria impopular e não teria o apoio nem dele, nem da população. Ele argumentou que a estratégia de apontar culpados era uma tática injusta e sugeriu que o governo deveria focar em cortar gastos e se concentrar no trabalho efetivo para melhorar as condições do país. As críticas de Tarcísio intensificaram-se ao chamar Haddad à razoabilidade e respeito para com os brasileiros, mencionando que é hora de deixar o palanque de lado e focar em governar.
Qual foi a reação do governo após a rejeição da MP do IOF?

A rejeição da MP do IOF representou uma derrota significativa para o governo federal, que avaliava que a aprovação da medida era crucial para a captação de R$ 17 bilhões em 2026, um ano eleitoral importante. A proposta incluía mudanças nas regras de tributação relacionadas a investimentos, fintechs e compensações tributárias. Apesar de esforços substanciais por parte do Ministério da Fazenda, inclusive com negociações diretas de Haddad com o presidente e líderes congressistas, a MP foi retirada da pauta pela Câmara dos Deputados.
Para facilitar a votação, diferentes alterações foram feitas no texto original, em especial para atender demandas do setor produtivo e do agronegócio. No entanto, governistas alegam que os compromissos não foram cumpridos, o que gerou insatisfação e reações como a do governador paulista.
Como a reação de Tarcísio impactou?
Chega! Passou da hora da gente dizer algumas verdades. Compartilhe esse vídeo. pic.twitter.com/hnpjBTmBs9
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) October 9, 2025
A acusação de que Tarcísio estaria agindo em prol da Faria Lima, a sofisticada avenida financeira de São Paulo, aumenta a pressão para que o governador se explique sobre suas ações e reafirme seus compromissos com o estado. Com a disputa política envolvendo lideranças federais, o futuro econômico de São Paulo, um dos estados mais ricos do Brasil, permanece neste contexto de incerteza.
Enquanto a administração estadual se coloca contrária ao aumento de impostos como o IOF, a tensão também gira em torno de garantir que o estado não sofra retaliações por esses conflitos. A postura de Tarcísio busca manter o estado com finanças saudáveis, mas sem aderir a novos tributos que possam afetar a população e os investidores locais.
“Agora, ficar jogando uns contra os outros de forma absurda e querer que a população apoie aumento de impostos, e eram dez impostos que iam ser aumentados ontem, ninguém, nem eu, nem o país, vai apoiar. Já chega, vamos parar de inventar culpado. Tenha vergonha, Haddad, respeite os brasileiros”, afirmou Tarcísio em vídeo publicado. “Cortem gastos, pensem que a gente precisa governar, a gente precisa sair do palanque, a gente precisa trabalhar e fazer a diferença, que é isso que a gente está fazendo aqui em São Paulo”, disse.
Por que a aprovação da MP era considerada essencial?

A MP do IOF era vista como imprescindível pela equipe econômica nacional devido ao impacto financeiro positivo que traria ao orçamento. Em um cenário de contenção fiscal e ajustes necessários para 2026, os potenciais R$ 17 bilhões arrecadados seriam fundamentais para equilibrar as contas públicas e apoiar investimentos em políticas públicas essenciais, além de manejar compromissos já assumidos.
A peça legal também propunha flexibilizações que, embora tenha animado alguns setores, ainda encontrou oposição. As tratativas em torno da medida revelam o contexto atual de polarização política e a complexidade de negociações entre poderes e esferas do governo.
FAQ sobre Tarcísio e IOF
- O que é a MP do IOF? A Medida Provisória do IOF é uma proposta legislativa que tinha como objetivo modificar as regras de tributação sobre operações financeiras, visando aumentar a arrecadação do governo federal.
- Por que Tarcísio de Freitas se opôs ao aumento do IOF? Tarcísio de Freitas afirmou que o aumento de impostos não teria o apoio da população e que o governo deveria focar na redução de despesas ao invés de criar novos encargos para os brasileiros.
- Quais setores seriam afetados pelas alterações propostas na MP do IOF? A proposta afetava principalmente investimentos, fintechs e compensações tributárias, com implicações tanto para o setor financeiro quanto para o agronegócio, que esteve envolvido nas negociações da medida.
- Como a rejeição da MP pode impactar a futura agenda econômica do governo? A rejeição representa um desafio para o governo, que precisará encontrar formas alternativas de arrecadação e lidar com as expectativas de manter compromissos econômicos sem aumentar ainda mais a carga tributária.