A nota divulgada pelo Palácio do Planalto sobre o telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe um recado nada animador para o governo brasileiro. Trump indicou o senador republicano Marco Rubio como responsável por interlocuções sobre as sobretaxas de 40% aplicadas ao Brasil, o que sinaliza um endurecimento na condução das relações comerciais entre os dois países.
Rubio é conhecido por sua postura linha-dura contra governos que classifica como “ditaduras de esquerda”, categoria na qual ele costuma incluir países da América Latina alinhados ao socialismo. Ao colocar o Brasil nesse mesmo patamar, Trump deixa claro que poderá adotar uma cartilha semelhante à defendida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, crítico histórico do governo petista e aliado próximo do Partido Republicano.
Outro ponto negativo para Lula foi a ausência de figuras-chave da equipe econômica americana na tratativa. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário do Comércio não foram envolvidos no processo, o que reforça o caráter político da relação, deixando em segundo plano a busca por soluções técnicas. Para analistas, isso mostra que, ao menos por agora, Washington não pretende abrir espaço para concessões econômicas ao Brasil, mantendo as sobretaxas como instrumento de pressão política.
