O comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse a subordinados que a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro foi“indesejada” pela maioria dos militares, mas “infelizmente” ocorreu. Ele deu a declaração a oficiais do Comando Militar do Sudeste no dia 18 de janeiro, três dias antes de assumir a chefia do Exército no lugar do general Júlio César de Arruda, demitido diante da crise entre o Planalto e a caserna envolvendo a invasão às sedes dos três Poderes.
Na ocasião, Tomás destacou que os militares não identificaram qualquer fraude no processo eleitoral, mas ponderou que “essa sensação [de irregularidade] ficou, porque a eleição foi apertada”.
“A gente [Forças Armadas] participou da comissão de fiscalização [das eleições]. Não aconteceu nada, não teve nada. Tanto que teve um relatório do Ministério da Defesa que foi emitido e que fala que não foi encontrado nada naquilo que foi visto. Agora, o processo possivelmente pode ter falhas que têm de ser apuradas, falhas graves, mas não dá para falar com certeza que houve irregularidades. Infelizmente foi o resultado que a maioria de nós, para a maioria de nós foi indesejado, mas aconteceu“, afirmou o então Comandante militar do Sudeste, responsável pela jurisdição militar no estado de São Paulo.
As falas ocorreram durante uma cerimônia em homenagem aos militares mortos no terremoto de 2010 no Haiti e divulgadas pelo podcast Roteirices. Antes de discursar, Paiva disse que não queria ser gravado, mas o pedido foi não foi atendido por um integrante da plateia.
O comandante também afirmou que ficou a sensação de que houve“parcialidade” por parte da Justiça eleitoral em favor do petista.
O Antagonista