Foto: REPRODUÇÃO DA INTERNET.
Patrícia de Paiva Reis e o companheiro, Raphael Machado Costa Neves, filha e genro de uma mulher de 65 anos, internada à força em uma clínica psiquiátrica no dia 6 de fevereiro, foram presos em flagrante na cidade do Rio de Janeiro na sexta-feira (24). Por determinação da Justiça, a prisão, agora, foi convertida em preventiva, o que garante a reclusão do casal por tempo indeterminado.
Eles vão responder pelos crimes de sequestro triplamente qualificado e coação no curso do processo. Eles planejaram e executaram toda a ação que levou à internação forçada da mãe de Patrícia em uma clínica psiquiátrica de Petrópolis, na região serrana do estado, sem justificativa médica.
Segundo a polícia, a vítima não tem nenhuma doença ou necessidade terapêutica. Ela foi mantida na unidade particular de saúde para ser coagida a se retratar de uma notícia crime que havia feito, denunciando maus-tratos sofridos pelos dois netos, de 2 e 9 anos, na Dcav (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), dois dias antes.
A mulher afirma que os netos sofrem maus-tratos, não recebem dos pais alimentação e nem higiene de forma correta. Uma das crianças, inclusive, tem deficiência mental, contou a avó.
Ao serem detidos, Patrícia e Raphael não quiseram prestar depoimento.
Coisa de família
No dia do sequestro, a aposentada foi abordada por dois homens, que a colocaram em uma ambulância. Ela percebeu que a ação era planejada pela filha ao ouvir um dos criminosos dizer que se tratava de “coisa de família”.
Na clínica, segundo informações do jornal “O Globo”, ela disse ter sido colocada em um quarto sem janelas e sem ventilação, onde ficou durante três dias. A mulher contou, ainda, ter passado fome e sede, gritado por socorro, mas sem obter ajuda, porque até os médicos a ignoravam. Ela também relatou ter sido levada para um espaço coletivo, onde foi obrigada a ingerir medicações.
A vítima disse a filha e o genro foram visitá-la durante o Carnaval, ocasião em que contaram que tentariam desqualificar o registro que ela havia feito na Dcav, alegando ‘desequilíbrio mental’.
Depois de passar alguns dias na clínica em Petrópolis, a mulher falou que foi novamente colocada à força em uma ambulância, e levada para outra unidade psiquiátrica. Nesse local, ela revelou a uma médica que a filha tinha a intenção de ficar com a integralidade da pensão que as duas dividem.
Créditos: R7.