Em 2025, o cenário político brasileiro contou com episódios marcantes envolvendo membros do Congresso Nacional. Um deles foi o afastamento temporário do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que comunicou seu pedido de licença de 120 dias do mandato, complementados por outros dois dias de ausência justificada, motivados por razões de saúde. A decisão ocorreu em um momento de grande visibilidade para o parlamentar, gerando repercussão tanto nacional quanto internacional.
A justificativa divulgada por Eduardo Bolsonaro incluiu comentários críticos direcionados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, especialmente, ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por relatar investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do deputado. Mesmo sem ser alvo direto do processo, Eduardo comunicou sua licença poucos dias antes do julgamento que transformou seu pai em réu no Supremo, intensificando ainda mais o debate público sobre o tema.
Alexandre de Moraes double down and after Bolsonaro's video to @realDonaldTrump yesterday, Moraes ordered today to @jairbolsonaro:
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) July 18, 2025
1-Wear electronic ankle bracelet;
2-He cannot leave house between 7 p.m. and 7 a.m.;
3-He cannot use social media;
4-He is prohibited from… pic.twitter.com/AeJd0otELd
Quais são as consequências das ausências justificadas e não justificadas para deputados?
A Constituição Federal estabelece regras rigorosas relativas à frequência dos parlamentares às sessões da Câmara dos Deputados. Segundo a legislação, a perda de mandato pode ser determinada caso o parlamentar registre ausências não justificadas em, pelo menos, um terço das sessões ordinárias. No entanto, o regimento interno prevê situações em que faltas podem ser justificadas, como no caso de licenças para tratamento de saúde ou outros impedimentos aceitos oficialmente.
Para além dessas justificativas, outros recursos podem ser adotados para que deputados licenciem suas funções. Entre eles, destaca-se a possibilidade de alteração do regimento para permitir a permanência do parlamentar fora do país e até a renovação anual da licença parlamentar, que pode se estender por até 120 dias, evitando assim o risco de vacância do cargo.
Como a licença de Eduardo Bolsonaro impacta a dinâmica política?
A saída temporária de Eduardo Bolsonaro do cenário político motivou discussões sobre a atuação de parlamentares brasileiros no exterior. Informações apuradas por órgãos competentes reforçaram a tese de que Eduardo manteve atividades nos Estados Unidos, com o objetivo de dialogar com autoridades estrangeiras acerca de temas sensíveis ao Brasil. Entre os pontos levantados, destacam-se possíveis atos para influenciar investigações e processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Essas movimentações costumam ganhar repercussão significativa, especialmente quando há envolvimento de investigações ligadas à Organização Criminosa, coação no curso de processos judiciais, ou tentativas de impedir o funcionamento regular das instituições brasileiras. As medidas tomadas pelo deputado são constantemente monitoradas por procuradores e demais autoridades, que destacam a importância do respeito ao Estado Democrático de Direito e às normas constitucionais vigentes.
Por que licenças parlamentares atraem interesse da sociedade?
O interesse social em torno de licenças parlamentares, principalmente quando concedidas a figuras públicas de grande expressão, como Eduardo Bolsonaro, decorre de múltiplos fatores. Além do impacto direto na representatividade política, a concessão ou renovação de licenças pode refletir estratégias de atuação política ou posicionamentos em relação a temas polêmicos investigados pelo Judiciário.
- Possibilidade de articulação internacional enquanto afastado do mandato;
- Impacto sobre votações e decisões relevantes na Câmara dos Deputados;
- Preocupações sobre a regularidade dos procedimentos de solicitação e concessão de ausências;
- Reflexos sobre a remuneração parlamentar, como a renúncia ao salário durante o período de ausência.
O tema também repercute na sociedade devido ao papel desempenhado pelos parlamentares na elaboração de leis, fiscalização do Executivo e representação dos interesses do eleitorado. Em uma democracia consolidada, acompanhar a frequência e a conduta dos deputados é parte fundamental da participação cidadã e do controle social.
Quais foram as reações diante da licença de Eduardo Bolsonaro?
O anúncio da licença gerou respostas dos mais diversos segmentos, considerando-se a atuação do deputado como o terceiro mais votado em São Paulo nas eleições de 2022. Em meio a esse contexto, houve questionamentos quanto aos possíveis objetivos da estadia prolongada nos Estados Unidos e às críticas ao STF veiculadas publicamente. As discussões também abordaram os potenciais desdobramentos para investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e os impactos para o funcionamento da bancada do Partido Liberal (PL) na Câmara.
- Atenção à possibilidade de renovação da licença a cada ano;
- Discussão sobre as limitações regimentais para ausências e substituições no Congresso;
- Análise das ações institucionais em resposta ao afastamento de parlamentares em momentos decisivos.
Em resumo, a licença de Eduardo Bolsonaro para tratar assuntos pessoais e profissionais fora do Brasil ilustra como questões internas do Congresso se projetam nacional e internacionalmente. O acompanhamento destas movimentações por parte do Judiciário, do Ministério Público e da sociedade reforça a importância da transparência e do respeito às bases constitucionais que sustentam a democracia brasileira.