No início de 2025, autoridades sanitárias do Ceará confirmaram o primeiro caso de gripe aviária do subtipo H5N1 envolvendo aves domésticas em Quixeramobim, região do sertão central do estado. O episódio ocorreu em uma criação de subsistência, ou seja, aves destinadas ao próprio consumo dos moradores da propriedade. Esse fato acendeu o alerta dos órgãos de defesa agropecuária, sobretudo pela localização em uma área de produção não comercial, onde o controle sanitário é mais desafiador.
Com a confirmação oficial feita pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas, houve adoção imediata das medidas estabelecidas nos protocolos nacionais. A propriedade afetada foi isolada e os animais abatidos preventivamente, seguindo as orientações do Ministério da Agricultura e Pecuária. Ao mesmo tempo, uma força-tarefa investigou outras propriedades vizinhas, abrangendo um raio de 10 quilômetros para rastrear possíveis ligações epidemiológicas e evitar a propagação da influenza em aves.
O que é a gripe aviária H5N1 e como ela afeta as aves?
A gripe aviária H5N1, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral que afeta principalmente aves. O vírus pode provocar alta mortalidade entre animais infectados, especialmente em criações domésticas ou comerciais com baixa biosseguridade. Os principais sintomas nas aves incluem letargia, dificuldade respiratória, diminuição da postura de ovos e, em casos graves, morte repentina.
Além de impactar diretamente o setor avícola, surtos de gripe aviária têm potencial para causar prejuízos econômicos expressivos, devido aos protocolos obrigatórios de isolamento, abate sanitário e restrição no trânsito de aves vivas e produtos oriundos das regiões afetadas.
Quais medidas sanitárias são adotadas em casos de gripe aviária?
O enfrentamento da gripe aviária conta com um plano nacional de contingência, estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. A partir do registro de um foco, as ações envolvem:
- Isolamento da propriedade onde o caso foi confirmado;
- Abate sanitário imediato dos animais expostos ao vírus;
- Sanitização de instalações, equipamentos e ambientes onde as aves circulavam;
- Bloqueio do trânsito de aves, ovos e subprodutos na região do foco;
- Investigação epidemiológica em propriedades próximas;
- Monitoramento de aves silvestres e domésticas em zonas de risco.
Essas etapas visam impedir que o vírus se espalhe, protegendo não apenas outras criações, mas também a segurança do plantel avícola em escala nacional.
O consumo de carne de frango e ovos é seguro durante surtos de influenza aviária?
Segundo as informações divulgadas pelos órgãos de defesa agropecuária, não há restrição para o consumo de produtos avícolas diante da identificação de casos do vírus H5N1. O contágio da influenza aviária não ocorre por meio da ingestão de carne de aves ou ovos bem cozidos, já que o vírus não resiste às temperaturas do preparo doméstico. Recomenda-se, no entanto, as boas práticas de higiene e armazenamento para garantir ainda mais segurança alimentar.
Como está a situação da gripe aviária no Brasil em 2025?
O Brasil contabiliza, desde o início da vigilância reforçada, 181 registros de influenza aviária, dos quais a maioria envolveu aves silvestres. Apenas um caso afetou uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, ainda em 2024. Após rigorosas medidas de saneamento, o país retomou com sucesso o status de livre da doença, assegurando as exportações de proteína avícola. Em 2025, focos esporádicos continuam sendo monitorados, e as respostas rápidas têm evitado impactos significativos na produção avícola nacional.
- Ações preventivas permanentes nas fronteiras e zonas de risco;
- Educação sanitária junto a criadores de subsistência e profissionais do setor;
- Investimentos em infraestrutura laboratorial para diagnóstico ágil das doenças aviárias;
- Parceria entre entes federais, estaduais e municípios para comunicação de suspeitas.
Diante da mobilização dos órgãos competentes e do engajamento dos produtores, a vigilância sobre a gripe aviária H5N1 permanece intensificada, assegurando a proteção do setor avícola e da saúde pública brasileira.
